quarta-feira, 25 de abril de 2012

É difícil

Nas próximas linhas procure, caso prossiga com a leitura, não levar nada em consideração...
Ser professor, ultimamente, tem sido tarefa hercúlea.
Percebo que dar aula é muito mais fácil que educar. Em dias atuais com inúmeros pais se desdobrando entre prover o lar e educar seus filhos, vejo que se tem preferido prover, ao menos os que se mostram responsáveis, prover o lar e com isso proporcionar certo conforto material a seus filhos e filhas.
No entanto, filhos e filhas vão aos milhares e milhares para a escola, na certeza de encontrarem condições de desenvolvimento social, psíquico e educacional, este último de maneira incompleta, em razão de inúmeras situações, tais como mudanças na estrutura familiar, arranjos familiares instáveis, pouco amadurecimento dos novos pais, e outras razões que não cabem agora ser apontadas.
Certa vez, em uma reunião ouvi que para o "professor" ser conhecido no mercado no mínimo levar-se-ia dez anos de profissão, percebo o quão equivocada foi tal afirmação. Pois ser professor é muito mais que um nome conhecido na praça.
As universidades estão aquém da formação profissional, pode-se alcançar formação acadêmica, entender conceitos curriculares e outras demandas, mas em uma sociedade plural, multiétnica (vários brasis internos) não há uma escola de pensamento que possa teorizar e aglutinar tamanhas demandas sociais e intelectuais dentro dos muros escolares.
No universo da subjetividade a única objetividade é saber que para ser professor/educador muito depende da própria formação do indivíduo, que dotado dessa ou daquela visão (parcial) de mundo se vai trilhando uma carreira, que muito embora se utilize de palavras mais duras (que corriqueiramente haja más interpretações de suas ações) podem levar a equívocos e desgastes físicos e psicológicos.
Com doze anos de sala de aula, ou seja, muito pouco ainda para estar no cabedal de mestres do ensinar-aprender, deparo-me com diálogos terríveis, tais como ser ofendido publicamente (“professor vá tomar  no c...”, ou “vou riscar seu carro”, ou ainda “professor você não fica doente?!”) ou ser coagido a fazer algo para livrar-se de perseguições e ameaças.
Estamos em marcha para o abismo social, aonde nossos futuros jovens vão a cada dia se degladiando, coagindo professores, praticando assédio moral, sem que se tenham punições sérias, com argumentos moralmente fadados ao fracasso.
Nada acontece por acaso, escolhemos desempenhar tais papéis, só não sabíamos o quão massacrante seria assumir tanto poderes, porque agora estamos cheios de mais responsabilidades...

3 comentários:

  1. É professor, os tempos de hoje não são nada fáceis!Eu como indivíduo dessa nova geração reconheci imediatamente esses comportamentos que o senhor citou, já presenciei! Os adolescentes de hoje do jeito que vão, irão se tornar um bando de adultos cheios de problemas de conduta e consequentemente vão passar isso para as próximas gerações! O que torna ainda mais preocupante a situação em que os professores se encontrarão no futuro!

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  2. Poderiamos ter mais pessoas com esse sentimento Mathews, mas infelizmente não é o que temos observado.

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  3. Assim como o Mathews também já vi situações dessas,eu sinceramente acho que quando alguém faz isso perde totalmente o respeito por si mesma.Apelar tanto p/ violência psicológica quanto física, sem brincadeira, são atitudes de pessoas fracas/pobres, de coração, de respeito ao próximo, de credibilidade,de humanidade e assim vai.

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