sexta-feira, 28 de março de 2014

Estado burguês, imperialismo e outros assuntos

Opinião


O imperialismo americano se fez ao longo do século XIX ao XX. Os EUA, com a política da "América para os Americanos" criaram uma concepção ideológica e simbólica do poder do território estadunidense sobre os demais. O termo imperialismo foi utilizado bem depois, quando os europeus consolidaram seus domínios sobre a África e Ásia após a Conferência de Berlim (fins do século XIX), tendo a anexação literal de territórios africanos para as grandes potências europeias da época.

É muito comum inúmeros dirigentes políticos da América Latina, de ideologia marxista-leninista, se referirem aos EUA como imperialistas, entretanto o novo imperialismo americano é muito mais cultural, veja que estamos utilizando equipamentos criados naquele país, com tecnologia informacional daquele país, e não percebemos o quanto esse domínio cultural está intrínseco em nossas vidas e atitudes.

Os EUA embargaram sim a ilha cubana após sua revolução comunista, isso não quer dizer que há uma proibição comercial com os cubanos, mas há uma declaração extrínseca para os demais países que se alinham à potência norte-americana de que não querem ver seus aliados sustentando o modelo social de Cuba. Não há investimentos diretos de empresas com sede nos EUA na ilha dos Castros, ou seja, para investir empresas criam nos paraísos fiscais do caribe empresas de fachada para burlarem o embargo. Deve ser lembrado que a ilha cubana foi objeto de disputa no conflito entre os EUA e a Espanha, que os libertaram e mantiveram uma pequena elite na exploração da população até o golpe revolucionário.

Quanto a questão do capitalismo e do socialismo vale uma citação de Berman (Apud Haesbaert, 2011*) "a burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte das relações de produção e, com isso, todas as relações sociais".

Isso marca bem a fase atual do capitalismo de controle, onde todos estão em rede, conectados auxiliando na reprodução material de alguns poucos indivíduos que se apropriam da produção da sociedade na terminação de criar ainda mais-valia (Marx). A democracia burguesa é uma falácia, pois cria uma condição perversa e simbólica de que todos podem, com seu esforço, resolverem seus problemas, terem sucesso, ora isso não ocorre, vá para a Psicologia e estude como os indivíduos se veem e se registram. Aqueles que possuem determinado esteriótipo, criado pela mídia de massa, passa a ter sucesso, não por ser competente. A democracia burguesa fala em meritocracia, mas como isso é possível em sociedades desiguais sócio-psicologicamente? - outra falácia.

Muitos de nós vão passar apenas pela existência material mínima, permitindo sempre que alguém esteja de fato se beneficiando de seu trabalho, de uma mais-valia que expropria continuamente.

Não vejo como o capitalismo poderá suplantar o socialismo enquanto sistema social, e também não há condições para um socialismo determinado por antigas estruturas de poder criadas nos moldes de beneficiados naturais ( o direito divino ou natural).

Temos que sair do simbólico para cortejar o real, e o real passará a existir quando irmos além de pequenas necessidades materiais pontuais criadas pelos sistemas de consumo.


*HAESBAERT,  Rogério. O mito da desterritorialização do fim dos territórios à multiterritorialidade. Bertrand, 2011

IPEA REVELA A FACE DO MACHISMO

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas revelou essa semana o quanto o machismo é perigoso e violento no Brasil. 

Segundo o IPEA o comportamento da mulher influência nos estupros e nos abuzos dos homens, isso é o que pensa 58% dos entrevistados.
11% das crianças vitimas de violência foram estupradas pelos pais e 12% pelos padastros.
Uma preocupação estarrecedora: por a culpa dos estupros nas vítimas.
Acredito que os pais e mães estão deixando de atuar na educação para a igualdade de gênero. Lido todos os dias com crianças e adolescentes e presencio cenas que levam ao comportamento machista de meninos entre 10 a 14 anos (alguns antes dos sete anos demidade). Muitos já chegam na escola com tal comportamento e esperar que campanhas mudem isso é no mínimo ridículo. 
Acredito que, assim como aqui na minha casa, mães e pais estão presentes na educação dos filhos (seja menino, seja menina) então surge em casa a educação para o respeito: mulher é diferente de homens pelo gênero e não pelo direito. Não crie seu filho para ser macho! - não crie a filha para ser objeto!
Sei também que grande parte da educação doméstica está nas mãos do Big Brtother, das novelas, da Internet e da pornografia, nas mãos da rua  e da violência, nas mãos da exclusão social, e tais fatores contribuem para alimentar os estereótipos da mulher submissa, da mulher objeto (o que dizer da cerveja "devassa" ou "tomar uma loira gelada"?).
Vamos superar o sexismo de uma vez por todas e educar os filhos para a igualdade e não para a libertinagem.