Demétrio Costa de Melo*
Meses atrás um artigo nosso se referia às futuras eleições nos Estados Unidos, e a grande preocupação dos democratas era a alta rejeição do atual presidente Barak Hussein Obama.
Muitos eleitores se deixaram acreditar que Obama não havia nascido nos Estados Unidos, fato que marcou a campanha presidencial que o elegeu, sendo necessário apresentar ao público sua certidão de nascimento e constatar que além de ser estadunidense, há sua ascendência africana paterna evidenciada para todos os que quiserem ver.
Talvez seja essa uma das razões nas quais a gestão Obama tenha forte diálogo com o islamismo, visto que quando ainda senador se posicionou contra a ocupação do Iraque na gestão de seu predecessor, havia uma neurose pós 11 de setembro, e a Al Qaeda de Bin Laden e o Talibã eram as principais “facções islâmicas” promotoras de diversos atentados terroristas.
Temos assistido os desdobramentos da morte de um ícone do terrorismo moderno: Osama Bin Laden. Seu esconderijo estava em um país “amigo” dos Estados Unidos, o Paquistão goza de muita atenção de sua diplomacia, a Hillary Clinton, realizou ali uma de suas primeiras viagens oficiais, para dizer ao povo paquistanês que os respeita e que necessita de seu apoio na luta contra o terror (herança de Bush) e da necessidade de se estabilizar o Oriente Médio, principalmente em razão do Afeganistão e do conflito indo-paquistanês pelo território da Caxemira, o que levou a uma corrida nuclear na região.
Os jogos estão se estabelecendo, com o norte da África se redesenhando politicamente, onde o equilíbrio de forças era mantido graças aos ditadores, com apoio dos EUA e da Comunidade Europeia, mas que se rompeu, e poderá tornar ainda mais difícil a vida de milhões de pessoas na tempestuosa região do Oriente Médio.
A morte de Osama foi o golpe político que faltava para decolar a ideia da reeleição de Obama, a luta contra o terror, imposta ao Iraque e Afeganistão, e que em muito incomodou o Irã, levou cerca de 500 bilhões de dólares dos contribuintes, milhares de mortes em atentados, revoltas armadas, mas que finalmente os espólios políticos começam dar sinais positivos à politica estadunidense de que para se ter a paz é preciso primeiro ter a guerra.
Com a morte de Osama muitos grupos e facções políticas dentro do islamismo perderam a referência, ocorreram muitas promessas de ataques, mas desde o Word Trade Center que o governo estadunidense tem estado mais preparado, em alerta contra os ataques, o fato da prisão e morte do líder da Al Qaeda atesta em muito a capacidade que os Estados Unidos têm em controlar situações de risco.
O islamismo político, que promovia uma guerra sangrenta sem fim, poderá arrefecer, diga-se isso com que vem ocorrendo com o Hezbollah na Palestina, arrefeceram, estão perdendo a luta política contra o Estado de Israel, muito se tem dito de uma abertura ao diálogo, ao consenso de que com a guerra todos saem perdendo.
Fareed Zakaria em seu livro o Mundo Pós-americano, afirmou que os ataques terroristas nunca mais se assemelhariam ao que ocorreu no dia 11 de setembro, agora então com a morte de Osama a política dos democratas ganham força e mostram aos eleitores que não é preciso ex-combatentes na presidência, mas sim de presidentes inteligentes e com sagacidade de se fazer melhor, de utilizar os recursos certos no momento certo.
Esse foi o principal golpe político da administração Obama, falta agora transferir o salto de popularidade conquistada para as urnas, pois o desemprego ainda é elevado, o dólar muito valorizado dificulta as exportações americanas, elevado endividamento público, a China vem elevando gastos militares, o barril do petróleo está supervalorizado... enfim podemos esperar mais dos americanos na corrida presidencial do ano que vem!
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*Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba. Professor de Geografia da rede oficial do município de João Pessoa e professor na rede particular. Colunista do Jornal A União