terça-feira, 22 de outubro de 2013

Campo de Libra

Campo de Libra
Opinião

O Governo diz que não há privatização e que tudo foi um sucesso.
Quanto a isso tenho dúvidas, pois só havia um consórcio privado constituído por Shell e Total, estatais chinesas e Petrobrás (muito descapitalizada).
Com relação ao dinheiro do pré-sal para educação esperemos 5 anos, quando a produção atingir a fase comercial. Não houve ágil no leilão e o contribuinte pode perder dinheiro, uma vez que a estatal brasileira fica com 40% de ônus e bônus, caso não tenha o petróleo esperado o prejuízo será em bilhões. Outro detalhe é que a nossa estatal fica com a operação de risco, enquanto a Shell e a Total entram com tecnologias, as chinesas entram com o recurso financeiro e o Brasil entra com a produção, situação mais cara e perigosa.
Estimasse que em 2019 a produção entre na fase comercial para atingir 1 milhão de barris por dia no campo de Libra.
Pois é, o PT privatiza, mas usam outros adjetivos, no momento em Libra o modelo será o de partilha, o Governo fica com o mínimo de 41, 65%.
A questão do PT privatiza não é o fato de entregar o patrimônio público como fez o PSDB-PFL, é uma questão de soberania sobre os recursos naturais.
O acesso que as empresas estrangeiras terão ao pré-sal não trará, necessariamente, desenvolvimento técnico ou tecnológico para o País. Uma vez que no atual arranjo macroeconômico internacional ainda vivemos uma desvantagem gritante diante dos centros do capitalismo.
Sim, muito podem dizer que é um passo importante com o modelo de concessão, entretanto o não repasse de tecnologias pode apenar manter o país como fornecedor de petróleo, coisa que já ocorre, tendo em vista estarmos em 13ª entre os exportadores de petróleo, foram cerca de 800 milhões de barris exportados, e estamos atualmente importando cerca de 2 milhões equivalentes de gasolina. Dessa forma a "concessão" de Libra não trará investimentos no parque de refino, pode até prejudicar a Petrobrás nisso, pois entrará com R$6 bilhões a vista para o Governo no leilão do dia 21/10/2013 e em outros que virão.
A outra pergunta é: será que daqui a duas ou três décadas o petróleo será uma fonte importante como é agora? - tenho dúvidas uma vez que os centros do capitalismo investem massivamente em outras fontes ou outros modelos de produção, e que depois estarão exportando essas tecnologias.

Ainda há tempo para repensarmos o nosso modelo civilizatório: crescimento econômico ou desenvolvimento social? - essa equação não fecha agora, pode ser que não feche nunca.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Tragédia Síria e o ônus estadunidense

Opinião

As cenas de crianças se contorcendo após ataque com armas químicas na Síria correram o mundo, em um planeta conectado e vivendo a instantaneidade dos lugares é impossível controlar a velocidade da informação.

Os Estados Unidos, como de costume, se posiciona como a "polícia do mundo" para coibir ações como essa promovida por Bassar Al-assad (presidente sírio) contra sua própria população, numa tentativa de manter-se no poder (extremamente corrupto e herança de seu pai Hafez Al-assad).

Obama, para não ficar com o ônus político "sozinho" buscou junto ao Congresso e na opinião pública a carta branca para atacar o regime sírio que já vitimou, segundo agências humanitárias internacionais, mais de 100 mil pessoas e criou um êxodo de mais de 4 milhões de refugiados segundo a ACNUR.

Nos últimos dias o conselho de Segurança veio a analisar a proposta da Rússia, que é contrária a um ataque estadunidense e tem na Síria um grande comprador de armas (herança lá dos tempos da Guerra Fria), de enviar inspetores da ONU para catalogar as armas químicas e posteriormente destruí-las. Mas de que adiantaria tal ação? - simples, retardar o ataque e reduzir o papel dos Estados Unidos na região conturbada do Oriente Médio, acalmando os tensos mercados de petróleo e seus derivados.

Bom e quanto as outras armas que estão massacrando a população? - essas podem e continuam a ser usadas, pois as resoluções da ONU proíbem o uso de armas químicas ou nucleares, mas as demais não, ou seja, não cria nenhuma perspectiva de mudança do quadro da guerra civil que Al-assad não reconhece.

Um ataque dos EUA traria como consequência uma virada no palco geopolítico do Oriente Médio, ampliando ação estadunidense para além do retalhado Afeganistão e Iraque e se mostrando ao regime de Teerã como se tratam os "inimigos" da grande águia.

A Arábia Saudita, articulista experiente, é uma das grandes interessadas na ação dos EUA na Síria, pois enfraqueceria o Irã na região, que tem auxiliado na recomposição do exército sírio e que historicamente atrapalha os planos da OPEP no controle geopolítico do petróleo.

Mas até agora a guerra tem sido psicológica, tendo Obama como pivô, que busca apoio internacional, já tendo conquistado a simpatia de Françoi Hollande (presidente francês) que garantiu apoio aos EUA numa provável ação tática no conflito, uma clara retribuição no conflito líbio contra o falecido Muammar al-Gadafi.

Mas o herói de guerra Vladimir Putin (presidente russo) tem azedado as questões, principalmente com o apoio que deu ao Edward Snowden (o que delatou a gigantesca rede de espionagem estadunidense que tem dado o que falar) e propôs primeiro a emissão de agentes da ONU, atrasando tudo e mantendo seu aliado comprador de armas no poder sírio.

Pois é, quando se trata de bilhões de dólares a população fica em segundo plano, mesmo que não sobre muita coisa para se governar na Síria, mas o Al-assad não se importa, visto que a maioria dos ditadores do Oriente Médio acabam fugindo para países que não reconhecem diversas resoluções internacionais, ou ficam em celas especiais, durante anos, esperando o julgamento.

A Primavera Árabe de fato não conseguiu mudar as trágicas condições de vida para milhões de pessoas, sejam elas de origem árabe ou não, e a comunidade internacional assiste a tudo isso e não consegue ir além dos discursos, principalmente os europeus que vivem seus próprios dilemas com uma lenta e trágica recuperação econômica desde 2010.

sábado, 17 de agosto de 2013

Lobby Brasil

Opinião

Mais uma vez no Brasil nos deparamos com o lobby das grandes transnacionais, principalmente as fabricantes e montadoras de veículos instaladas no país.

A atual crise do capitalismo internacional, iniciada em 2008 com a quebra do banco de fomento imobiliário estadunidense Lehman Brother's, as empresas transnacionais buscam atrelar seus ativos em países que mantenham retornos "sólidos" e com grande liquidez em papéis de governos.

O Brasil, que desde a década de 1950 incentiva a atuação das grandes corporações automobilísticas como principal alavanca industrial,  sempre cedeu aos interesses das quatro irmãs: GM, Ford, Fiat e Wolks, que ao menor sinal de depressão nas vendas o Governo anuncia desoneração e renúncia fiscal para manter em alta as vendas.

A contrapartida da renúncia fiscal e dos incentivos fiscais diretos, como taxas de juros muito abaixo do valor de mercado (Banco do Brasil, Caixa e BNDES), longos prazos de pagamentos e renegociação de dívidas, deveria ser a manutenção dos empregos no setor.

Entretanto não é o que acontece na prática.

A GM (Chevrolet no Brasil) anunciou o fim das operações da linha de montagem do Classic na unidade de São José dos Campos-SP, comprometendo o emprego de 850 trabalhadores. A montadora espera que os trabalhadores entrem em um programa de "demissão voluntária" já em setembro/2013, ou serão demitidos até dezembro desse ano.

Temos os carros mais caros do mundo, atendendo a uma lógica de consumo que é perversa ambientalmente e perversa para o consumidor, pois o que mais afeta a classe trabalhadora são remédios, assistência à saúde e alimentação que possuem cargas tributárias bem superiores aos dos automóveis e que deixam muito a desejar.

Até quando vamos manter esse modelo de benefício dos lobistas do setor automobilísticos ao invés de investirmos nos setores que mais geram renda para o trabalhador: agricultura, por exemplo, e o emprego nas empresas de equipamentos de transportes coletivos.

É melhor pararmos para pensar nesse atual modelo que tira dinheiro dos mais pobres e acumula com os mais ricos. O Brasil pelo visto é o Robin Hood as avessas.

Brasil e o Bolsa Família

Opinião

No cenário nacional existe muita contrariedade sobre a manutenção do maior programa de assistência social do Governo Federal.

O Bolsa Família vem apresentando indicadores sociais dos mais relevantes, tais como o que recentemente foi divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) creditando a forte redução da mortalidade infantil (óbitos de nascidos até doze meses de vida, para cada grupo de mil pessoas) e da mortalidade na infância (óbitos de criança entre doze e sessenta meses, para cada grupo de mil pessoas).

Existem críticos tanto no Governo acerca do atual modelo do programa, que não cobra efetivamente a contrapartida das famílias que se mantém cadastradas (falta ampla fiscalização) quanto de políticos da oposição que acusam o Governo de manterem cativas às famílias em programas de cunho assistencialista.

Seja contra ou a favor do Bolsa Família está cada vez mais evidente a necessidade de manter tal programa, principalmente entre as famílias nas regiões menos desenvolvidas, que não atraem o interesse dos investidores (ou especuladores), mantendo áreas no país de extrema depressão econômica, com rendas extremamente baixas.

No entanto, há de se pensar em uma questão: o que a criança (e a família) poderá fazer quando se atinge a idade limite para manter-se no programa? - grande parte das famílias atendidas ficam na obscuridade econômica (não deixam assinar a carteira de trabalho, com receio de perder o benefício) e o jovem, ao completar a idade limite, fica sem ter como trazer proventos para o lar.

Nos grandes "bolsões de pobreza desse país" os jovens estão sendo aliciados para o narcotráfico e para a prostituição, principalmente em razão da superproteção do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que impede a formalização do trabalho do jovem, exceto casos previstos na Lei que criam gargalos econômicos (custos) para um futuro empregador.

Uma política de Estado, não de governo, deveria atrelar o desenvolvimento intelectual do da criança/jovem para sus autonomia enquanto ser, não um componente de renda para os pais/família, que terminam na dependência da assistência estatal infinitamente.

Uma política de Estado deve ser preocupar em garantir sustentabilidade econômica à longo prazo, pois muitos jovens que deixam de receber o benefício do Bolsa Família abandonam os estudos para poderem criar outra forma de renda para a família, nesse ponto entra a perversidade do atual modelo social de exploração dessa força de trabalho não cadastrada oficialmente.

Em uma Nação subdesenvolvida e de extrema relação de dependência externa deveria estar utilizando melhor seus recursos, como formação e qualificação social do jovem, ao invés de estar mantendo pensões milionárias para seus ex-chefes e dirigentes políticos, ou manter um dos parlamentos mais caros do mundo, com baixa produtividade parlamentar.

sábado, 29 de junho de 2013

Livros que recomendo

Boa tarde

Dois livros que li recentemente e indico agora são:

Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda. De Mirian Leitão.

Obra fantástica que, com muitos detalhes, narra a longa luta de milhões de brasileiros em torno de uma moeda estável e uma econômica que permita planos.
A recente história da economia brasileira contada por Mirian Leitão, tais como os dias de super inflação, arrocho salarial, criação do Plano Real e atual estabilidade econômica, que permitiu a retirada de milhões de brasileiros da pobreza quase que absoluta.
O controle da inflação era um dos maiores dilemas: "A inflação  crescia aumentava a riqueza dos devedores do governo. Empréstimos rurais financiavam compra de mansões e coberturas urbanas." (p. 91)
Para os mais jovens que nasceram em um país estável e inflação "pequena" possam saber mais e proteger sua Nação de irresponsabilidades.
Clique para encontrar o livro:

O segundo livro é verdadeiramente apaixonante:
Uma breve História do conhecimento. Charles Van Doren
Renomado intelectual estadunidense narra os principais eventos da humanidade: o desenvolvimento da religião, da ciência e da própria História estão presentes nesse livro. A obra apresenta linguagem didática, acessível e muito prazerosa.
As conquistas da democracia, do socialismo e os principais inventos humanos, como o Estado de Direito e as liberdades fundamentais estão presentes na obra.
"É verdade que todos os homens são por natureza iguais e dotados de certos direitos inalienáveis. Depois de Locke e Jefferson, depois de Robespierre e Danton (...) essas proposições já não podem ser negadas pelos seres humanos racionais." (p. 269)
Da Filosofia Clássica às modernas tecnologias da informação Uma Breve História é um livro de referência para toda e qualquer razão humana.

Clique para encontrar o livro: 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Diretrizes Curriculares em Geografia: síntese


As mudanças são mais rápidas que a possibilidade de adaptação, certo? - não necessariamente.
O mecanismo de evolução, grosso modo, nos instrui que se não nos adaptarmos morreremos. Não que isso venha a acontecer, a espécie humana cria novas condições de adaptabilidade tão rápidas quanto as mudanças que surgem.


Dito isso, o Novo Exame Nacional do Ensino Médio passou a ser a referência básica não só para se aferir a qualidade do ensino brasileiro, público e privado, mas, também, atender:


  • Supletivo;
  • Participação no programa Universidade para Todos;
  • Financiamento da Educação Superior;
  • Ingresso em instituições de Ensino Superior Públicas e Privadas.


Com a Nova LDB/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - que o ensino deveria passar por uma verdadeira mudança, no entanto, as mudanças são lentas e diariamente o País é "acusado" não ter mão de obra qualificada. Faz até pensar que a educação tem a única função de formar para o mercado de trabalho (ou será que não?).

Inúmeros documentos foram desenvolvidos pelo MEC em conjunto com centros de pesquisa e universidades, para orientar as secretarias de educação e os cursos de formação de professores (Licenciaturas) da necessidade de um currículo nacional comum: os famosos PCN's - Parâmetros Curriculares Nacionais - que para o Ensino Médio são as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Um importante documento do MEC é: Orientações Curriculares Para o Ensino Médio: volume 3 - Ciências Humanas e suas Tecnologias (clique na imagem para baixar).
Nele estão contidos orientações sobre conteúdos, competências e habilidades específicas para cada disciplina dá Área de Ciências Humanas.
No que tange a Disciplina Escolar de Geografia apresenta-se uma síntese dos conteúdos mais relevantes:





sábado, 1 de junho de 2013

Economia brasileira: sinais de estagnação?

Demanda Agregada
No colapso financeiro de Wall Street na virada da década de 1920 para 1930 levou o Governo Roosevelt a forte medidas de controle sobre a economia e sobre o mercado estadunidense de títulos.
Criou um estilo de impulsionar a economia com investimentos públicos, agregando crescimento econômico mantendo a demanda agregada. Isso resultou em forte estímulo no mercado de consumo e com o estouro da Segunda Guerra Mundial o mundo assistiu a um acelerado crescimento da política keynesiana.

Passado tantas décadas essa fórmula de estimular o crescimento a partir do consumo, com juros baixos ou facilidade de crédito, tem curta duração, pois para manter os níveis de crescimento precisa-se alimentar constantemente o mercado de juros e créditos. E quando as famílias e empresas atingem seus maiores níveis de endividamento ou atendem suas necessidades? - aí vem a crise, e o que é pior, parte da crise é pública, já que o Estado passa a ser o maior credor do sistema financeiro.
A economia brasileira vem dando sinais de esgotamento desse modelo, ou melhor o ciclo de crescimento iniciado em 2003, freado em 2008, e que deu salto de crescimento em 2009 e 2010, parece que está certo o seu fim: PIB de 2012 em 0,9%, aumento do déficit fiscal em 2013 e saldo negativo na balança comercial de janeiro a março de 2013, são claras evidências de que o modelo de demanda agregada com crédito fácil, atrelado as desonerações fiscais, poucos setores inclusive, fizeram o Governo levantar as orelhas.
Outro mal estar dos brasileiros, fora a exorbitante carga tributária, as deficiências da infraestrutura, do alto endividamento interno, é a inflação. O Banco Central na última quarta dia 30/05/13 elevou para 8% ao ano a taxa referencial de juros - SELIC - para refrear o consumo e reduzir a inflação.
Entretanto, ao aumentar os juros é certo reduzir a produção, pois eleva os custos da produção, o que pode levar à redução da massa empregada, ou seja, reduz o consumo para segurar a inflação, mas pode gerar desemprego.
Enquanto estivermos trabalhando com poupança externa, baixos salários, carga tributária extorsiva e parcos investimentos nas áreas mais urgentes (saúde, educação, habitação, transportes) o crescimento brasileiro continuará em ciclos, com voos de galinha, e poderemos perder as melhores oportunidades nessa fase global do capitalismo.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A crise do capitalismo


A atual crise do capitalismo

Vivemos em um mundo cada vez mais suscetível a crises sistêmicas, uma vez que não há separação entre produção e financiamento.
O desenvolvimento do mercado financeiro global, principalmente após a Segunda Guerra Mundial determinou os rumos de uma centralidade estadunidense tão desconcertante que não há potência econômica que não se sinta dependente das estruturas de poder do Tio Sam.
Entretanto, estamos para atingir a massa crítica global, isso significa dizer que não haverá mais um crescimento sustentado de longo prazo na grande maioria das Nações, entre as desenvolvidas, o que temos visto é retração econômica, aumento do desemprego, estagnação da produção e aumento do endividamento dos Estados.
No Velho Mundo "desenvolvido" os estados sociais-democratas, muito alinhados ao neoliberalismo, estão congelados diante da crise que os assola, não se vê no fim do túnel uma salvaguarda econômica, nem os pacotes de "austeridade fiscal" reguladas pelo FMI e confirmadas pelo Banco Europeu, são a solução dos problemas estruturais.
Podemos sim falar de um ciclo de crises no sistema capitalista global que irá se prolongar décadas a fio, e que pouco provavelmente terão como mecanismo de defesa a lógica de demanda agregada, muito empregada para criar falsas expectativas de crescimento, revertendo bilhões de dólares dos contribuintes para grandes transnacionais, na forma de estímulos e incentivos fiscais.
A crise vai atingir as economias emergentes? - sim claro, não há outra certeza se não essa, os números já confirmam: retração da atividade produtiva no Brasil, atrelada ao aumento das importações e redução do uso da capacidade industrial instalada, aliado ao fato dos enormes problemas de infraestrutura e corrupção generaliza no País.
Economistas sérios, inclusive dentro do próprio FMI, não ditam perspectivas positivas de longo prazo para o mundo. Nem na China, que mantém um ritmo de crescimento elevado, terá sustentabilidade longínqua, fato: a população vai atingir o nível de envelhecimento da ordem de 300 milhões nas próximas três décadas. A China pode quebrar!
No mundo atual a única certeza que temos são de incertezas, e devemos aprender a conviver com elas...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Maior idade penal brasileira


Há duas décadas o Brasil estava dando um acertado passo em proteger suas crianças e adolescentes da exploração econômica, no sentido de erradicar o trabalho infanto-juvenil, muito comum entre as populações mais carentes.
Muitas famílias são vistas como carentes pela desassistência do Estado Brasileiro, que durante séculos foi sendo apoderado das velhas oligarquias, que “modernizaram” o país, mas não mudaram as estruturas de poder.
O trabalho infantil ainda persiste, são milhões de crianças e adolescentes que se prostituem, queimam carvão em olarias clandestinas, vendem bugigangas em semáforos, tomam conta de carros, realizam trabalho doméstico, quebram pedras e cocos e se envolvem com o narcotráfico. E todos são frutos da carência (não diria material, mas espiritual) das elites brasileiras em não reconhecerem de fato o grande monstro que eles mesmo ciaram.
Nos noticiários estamos assistindo o esforço dos “tucanos”, comandados pelo atual governador do estado de São Paulo, o mais rico e industrializado, em reduzir a maior idade penal brasileira.
Não estou querendo negar que a violência está crescendo, mas admitir tal discurso elitista, que coloca o filho do pobre como problema principal, que agora está vitimando a classe média, a classe consumidora, que gera empregos, não deveras ser correto.
Pegam o exemplo de países como os Estados Unidos que trata crianças como adultos na hora do julgamento, mas a elite aqui parece esquecer que naquele país há um verdadeiro sistema correcional, não é um depósito de jovens como aqui no Brasil, que ao entrarem nas cadeias ou nas “casas de correção” são abandonadas, estão em áreas superlotadas, entregues a violência e ao consumo interno de drogas, que são aliciadas por chefes de gangues.
Mudar realmente seria dar aos jovens brasileiros melhor instrução, capacidade de atuação no mercado de trabalho, ter uma vida produtiva, perceber que é um ser humano, e por isso tem direitos e obrigações. Mas para fazer isso os governos vão gastar o que eles alegam não ter.
Bilhões na infraestrutura da Copa do Mundo e Olimpíadas, mas investimentos em educação e qualificação do filho do pobre brasileiro não há, ou se perde na corrupção, são desviados nos meandros políticos.
Não se deixe enganar, pois abarrotar os tristes presídios brasileiros com jovens é crueldade, imaginar que os delinquentes  filhos da elite política brasileira nunca vão parar num deles, pois são seres diferentes, com direitos absolutos, e com um ótimo sistema de desigualdades institucionalizado.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

BRASIL: PRECONCEITO OU NEGLIGÊNCIA

O Brasil tem se mostrado economicamente mais sólido, diante da forte crise econômica que vem se arrastando desde 2008 quando nos Estados Unidos a falência do Banco Lehman Brothers criou uma ruptura no sistema financeiro internacional.
A crise se alastrou para os países desenvolvidos da Europa, muitos dos quais estão na União Europeia, mas são mais frágeis, e dependeu de resgate do Branco Europeu e do Fundo Monetário Internacional.
A crise na Europa tem confrontado o poder da União Monetária, através do Euro, que tem levado à adoção de vários pacotes de austeridade, em Portugal e Grécia, mais recentemente no Chipre.
Mas grandes economias como França, Itália e Espanha tem apresentado forte contaminação em seus mercados, o que tem provocado vários choques entre empresários (principalmente banqueiros) e o governo de seus países, pondo em prova a força da União Europeia.
Dentre as graves consequências da crise está o aumento do desemprego, que tem sido terrível entre os espanhóis e os portugueses, mas que aumenta entre os franceses e os gregos. Os governos da Itália e da França endureceram o discurso contra a entrada de estrangeiros em seus países, como se eles fossem os principais responsáveis.
Enquanto isso, no Brasil, que a crise ainda não afetou gravemente o mercado de trabalho, mantendo estável a massa assalariada e com ganhos reais acima da inflação, tem atraído investimentos estrangeiro, principalmente associado aos eventos da Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas e nos setores de mineração e petroquímicos.
Somente no ano de 2012 mais de 70 mil estrangeiros vieram para o Brasil, a maioria de portugueses, espanhóis, chineses e franceses, que entram no país de forma legal, com vistos para o mercado de trabalho, com salários acima da média paga aos brasileiros.
Na outra ponta, os imigrantes haitianos, que com o convívio bastante amigável na missão de paz no Haiti, sob o comando de tropas brasileiras, tem os atraído para terras tupiniquins.
Porém o afluxo de haitianos para o Brasil foi tão elevado que o governo, no final de 2012, adotou em Porto Príncipe (capital haitiana) a liberação de 100 vistos por mês, ou 1.200 por ano, para que se pudesse vir de forma legal. O resultado foi o aumento expressivo de haitianos ilegais, trazidos pelos chamados coiotes que cobram entre 2 mil a 4 mil dólares para trazê-los, através do Equador, passando pela Colômbia, Peru até serem abandonados no Acre.
As cidades de Epitaciolândia e Brasiléia não sabem mais o que fazer com os imigrantes, que entre março a abril já superam 1.300 haitianos e senegaleses. O governador do Acre decretou estado de emergência social, para receber apoio do governo federal, no sentido de serem acolhidas essas pessoas.
Fica então a pergunta: porque os europeus e chineses estão vindo para o Brasil de forma livre e sem limite anual, enquanto que para os haitianos há o limite de 1.200 por ano? – o que há de diferente no respeito aos direitos humanos: a origem? – ou a necessidade de entrada de mão de obra especializada (coisa que a Europa tem além da conta)?

Prof Demétrio Melo
João Pessoa, 11 de abril de 2013
Fonte do mapa: http://cemcrei.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html

sexta-feira, 29 de março de 2013

Será o fim do armistício entre as coreias?

Há muitos anos que os norte-coreanos vêm ameaçando os vizinhos Coreia do Sul e Japão. Sempre que podem realizam exercícios militares e simulações de combate.
Não muito longe o maior parceiro comercial e investidor, a China, observa atento o vizinho belicoso.
Caso se confirme as ameaças e os países se envolvam em um conflito teremos inúmeras preocupações: a China é a economia que mais cresce no mundo, ocupa a atual 2ª posição, é uma potência militar e nuclear, seus números são impressionantes, mas nunca teve uma forte atuação militar além de suas fronteiras, e se envolver em um conflito poderá leva-lo a ruína, já que tem a maior reserva cambial em dólar do mundo (mais de US$ 3 trilhões).
Segundo. Há a Rússia, que mantém sua geopolítica na Ásia e foco no mercado europeu, desde a União Soviética que seu principal produto é o petróleo, atualmente o maior exportador do produto, e uma guerra poderia trazer ainda mais recursos financeiros, mas não em um conflito de longo prazo, pois arruinaria a recuperação de seus mercados, em função da taxa inflacionária mundial.
Terceiro. O papel que caberia aos Estados Unidos, a polícia do mundo tem poder de resposta a qualquer ataque norte-coreano em poucas horas, se não minutos. Mas um conflito envolvendo Coreia do Sul, China, Japão e Rússia fecharia as rotas do pacífico, prejudicando as exportações de grãos e outros gêneros para os países asiáticos, além de recrudescer a retomada econômica em razão do óleo mais caro.
Quarto. Não sabemos até que ponto o Japão está preparado para uma resposta, durante décadas o país foi impedido de ter forças armadas, já enviou soldados a inúmeras batalhas, principalmente em apoio tático às tropas anglo-americanas. Mas o país pode facilmente ser envolvido no conflito em razão dos trágicos crimes de guerra perpetrados pelos nipônicos contra chineses e coreanos na ocupação da Manchúria na década de 1930, que precipitou a entrada do país na Segunda Guerra.
Por fim nós brasileiros iremos ser arrastados por uma forte crise especulatória, semelhante ao que aconteceu na crise asiática da década de 1990, tendo em vista a dependência do mercado chinês em grãos e commodities minerais, principais produtos da nossa pauta de exportação.
A guerra pode não envolver tantas nações, mas as consequências são terríveis do mesmo jeito, a crise sistêmica de 2008-09 que os países ainda tentam se recuperar, será café pequeno diante das maiores dificuldades com o recuo do mercado internacional.
Essa guerra poderá finalmente ser a ruína do império do irmão do norte, retomada do centro pelos chineses, será a maior virada de banca na história da humanidade.


Demétrio Melo - 30 de março de 2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

A Irlanda tem o que nos ensinar


Na Irlanda do Norte, que constitui um dos Estados do Reino Unido, as disputas religiosas entre católicos e protestantes remonta ao período reformista europeu.
No transcorrer das décadas de 1960 a início de 1980 inúmeros conflitos ficaram registrados, são cenas de guerra civil, com ataques, carros bombas, políticos se digladiando.
Os católicos, minoria no país, chegou a criar uma milícia importante o IRA - Exercito Republicano da Irlanda (em português) que tentava unificar a ilha com a Irlanda (ao sul), pois assim seriam a maioria no território.
De uns anos para cá os conflitos suavizaram, há uma intensa aproximação das diversas facções religiosas no país. Incluindo mais autonomia administrativa, reconhecida pela coroa britânica. Finalmente perceberam que os conflitos só atrasam, destroem, arrasam os sonhos.
E o que isso tem haver conosco brasileiros? - eramos reconhecidos como tolerantes, respeitamos as diversas denominações cristãs e não cristãs, a legislação brasileira reiterou a importância de um Estado plural e laico.
No entanto, desde de a última eleição para presidente e governadores que os embates em torno da religiosidade das pessoas tem sido destaque, recebendo mais energia quando um cidadão, eleito pelo voto, Deputado Federal, que em diversos momentos demonstrou seu caráter racista, homofóbico e reacionário, assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, se envolvendo em uma disputa política que ultrapassa os poderes legais, já que todo o poder emana do povo.
Estamos assistindo grupos a favor e contra a manutenção do Estado Laico, o único que poderá assegurar o pluralismo de ideias e concepções de vida. Um Estado Teológico, como inúmeros estados árabes, criam barreiras para o progresso de suas sociedades, como castigos físicos, proibição da mulher atuar no mercado de trabalho.
Há relatos que o tal presidente da CDH da Câmara prega para seus fiéis, isso mesmo ele tem cargo teológico, que o estado da mulher é voltar a se submeter ao homem.
Estamos à beira de uma guerra teológica, onde não há vencedores, pois é comum nos conflitos os oportunistas conquistarem as massas para um direção que os traga privilégios, e isso é muito comum na história.

terça-feira, 26 de março de 2013

Iraque: dez anos de ocupação


No dia 11 de setembro de 2001 ocorreu o mais trágico ataque ao território dos Estados Unidos da América: o World Trade Center foi derrubado por dois aviões.
O ataque, bem planejado e arquitetado por uma organização, então acusada de ser terrorista, a Al Qaeda, vitimou milhares de inocentes, e expôs o colosso a uma tarefa hercúlea: encontrar os culpados.
No dia 07 de outubro, desse mesmo ano, o mais bem preparado exército do mundo estava atacando a empobrecida e empoeirada, maltratada capital afegã Cabul. Em busca dos culpados.
A partir daí o megalomaníaco Presidente Republicano George W. Bush, o mesmo que herdou as manias antiterror de seu pai e ex-presidente George H. Bush, começou a caçada pelas armas de destruição em massa, e provavelmente pelo petróleo iraquiano que estava atrapalhando a retomada do crescimento econômico estadunidense e ofuscando sua reeleição, contra um forte candidato, e talvez mais sensato, Al Gore, o mesmo que recebeu Nobel da Paz em denunciar os problemas do Aquecimento Global em seu famoso documentário An Inconvenient Truth (2006), pelo menos até aí seria um presidente bem mais eloquente e argumentativo do que o megalomaníaco Bush.
Mas continuando, a invasão iraquiana foi orquestrada para acontecer, querendo a opinião pública estadunidense aceitando o fato, ou não, tinha que ocorrer, afinal interesses estavam sendo discutidos, o barril do petróleo disparando e a crise asiática de 1999 era muito recente, levando os mercados a uma intensa fuga de capitais, como sempre Wall Street tem grande participação nessas ocasiões.
Finalmente chegou o dia 20 de março de 2003, a ocupação estava em curso, Bush queria agora encontrar o responsável pela matança do WTC, que inicialmente era Osama Bin Laden, uma família próspera que costumava investir em Wall Street e ajudou os Estados Unidos na organização dos petrodólares. Mas de repente o velho fantasma do Bush (pai) reaparece: Saddam Hussein. Líder próspero de orientação sunita, maioria no Iraque, que chegou ao poder com muito empenho da Casa Branca e que lutou contra outro inimigo dos Estados Unidos: o Irã, alinhado ao comunismo, na verdade forçado pelo estado soviético a tomar essa decisão, desde a revolução iraniana em 1979 que passou a ser governada pelos Aiatolás (autoridades do islamismo), tornando o Irã uma república teocrática, mas que mantém eleições e um forte discurso antiamericano, que com o fim da URSS conseguiu se libertar e decidir sobre seus rumos nacionais.
Mas voltando ao intuito, o Iraque não conseguiu a mesma sorte, foi ocupado, Saddan (ex-aliado estadunidense de partido comunista) destronado, enforcado e sua nação humilhada de toda sorte, e quanto à tão faladas armas de destruição em massa nunca foram encontradas, realmente foi um delírio de um gênio esquizofrênico, com mania de grandeza e grande investidor da indústria da guerra e do petróleo, que conseguiu dobrar a dívida interna e externa do país, levar a Europa a beira da falência e ainda tirou dinheiro do cidadão através de um pacote de resgate econômico de mais de US$ 700 bilhões para não entregar o país na lama.
Leitores, os quase dez anos de ocupação no Iraque sustentou-se de uma fraude, coisa que a CIA é especialista em fazer, desprendeu gastos bilionários, fez o país perder competitividade e mercados internacionais, o que acabou sendo muito bom para os países emergentes, cedeu espaço para China, Índia e Brasil alavancarem suas economias e testar outros modelos, ou seja, um outro mundo é sim possível.
Entretanto, na Revista Veja de 08 de setembro de 2010, que trazia matéria com o título: Uma Guerra a Menos? – trouxe informações interessantes sobre o Iraque, tais como melhorias socioeconômicas no país, como por exemplo, a redução da inflação, aumento do investimento estrangeiro, acesso ao saneamento básico, redução da violência, isso mesmo, redução da violência, mesmo tendo matado mais de 100 mil civis.
Escrevi o que escrevi para não cairmos no esquecimento ou nos deixar influenciar por discursos libertadores, que estão sempre atrelados a cartilha neoliberal, controle de fluxos e aumento da exclusão através dessa globalização elitista e da perniciosa presença “americana” em nossas sociedades.

IRAQUE: antes e depois da ocupação

FONTE: Revista Veja, 08 de setembro de 2010, acervo digital, acesso 27 mar. 2013

domingo, 24 de março de 2013

MERCOSUL

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
Tratado de Montevidéu (1980) - institucionalizou a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI).
Tratado de Assunção (1991): cria o Mercado Comum do Sul – Brasil, Argentina, Paraguai (suspenso até abril de 2013), Uruguai e Venezuela (desde julho de 2012).
Tratado de Ouro Preto (1994): TEC – tarifa externa comum. Países Associados:
Protocolo de Olivos (2002) – entrou em vigor em 2004, com o objetivo de solucionar controvérsias e de minimizar as diferenças entre as nações do Mercosul. 
Venezuela havia se associado ao Mercosul em 2005, juntamente com Colômbia e Equador. A partir de 2006 o país passou a cumprir todos os ritos de ingresso definitivo, adesão concluída em 31 de julho de 2012, após a suspensão do Paraguai, país que ainda não havia votado pela adesão.
Países Associados:
Chile – junho de 1996
Bolívia – dezembro de 1996
Peru – novembro 2005
Colômbia – abril 2005
Equador – abril 2005
País observador: México julho de 2002
Principais desafios: com a crise internacional deflagrada em 2008-09 muitos países reduziram suas compras externas, prejudicando as exportações dos países do Mercosul.
Em 2004 a Argentina passa a exigir salvaguardas aos produtos da linha branca (geladeira, freezers, micro-ondas) e automóveis, tornando mais burocrático o acesso dos produtos brasileiros no país.
Em 2012 o Brasil elevou impostos de importação, principalmente de automóveis, para conter o elevado índice importação, e equilibrar as contas externas.
Há ainda inúmeras controvérsias no Mercosul, tais como a legislação trabalhista, previdência, tributária, alfandegária.
O futuro Banco do Mercosul, que passará a emitir moeda unificada e equacionar as metas fiscais, terá diversos obstáculos em razão das enormes dívidas de Brasil e Argentina, mas que no caso argentino é ainda mais grave em razão da moratória com credores e o FMI.



MERCOSUL & UNIÃO EUROPEIA
Para o Brasil é estratégico a união entre os dois mercados regionais. Iniciado em 1999 um projeto Bi regional, mas interrompido diversas vezes, tenta integrar as economias dos mercados, tendo em vista o intenso comércio realizado por ambos.
As negociações foram retomadas em 2012-13 com a finalidade de derrubar as tarifas de importação, principalmente no agronegócio, visto que o Brasil é mais competitivo e vem pagando elevadas tarifas, pois vende acima das cotas determinadas pelo mercado europeu.
Os impasses estão no setor industrial, no lado europeu, serviços e agrícolas, no lado sul-americano.

Opinião de Miriam Leitão

Falta um acordo entre Mercosul e União Europeia

Terminou ontem um encontro entre a Cúpula dos 27 países da União Europeia e dos 34 da Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (Celac). Um ponto chamou atenção: os países que não têm acordo comercial com a União Europeia são os do Mercosul. Isso é ruim.
A Europa, apesar de estar passando por um momento de dificuldade, sempre foi destino importante para as exportações brasileiras.
A União Europeia mostrou vontade política de fazer acordo com a região, tanto que mandou autoridades importantes, como os presidentes da UE, da Comissão Europeia, e a chanceler alemã, Angela Merkel. Eles vieram conversar sobre a possibilidade de fazer acordos com países ou grupos.
Até o fim do ano, será assinado um entre União Europeia, Peru, Colômbia e América Central. Mas até agora, o único bloco com o qual não há acordo é o Mercosul. Sem o Paraguai, que é membro pleno e está suspenso, não se toma decisão.
A Argentina é o principal obstáculo à aproximação com a União Europeia, porque acabou de aprovar a elevação das barreiras a uma série de produtos. Em relação ao Brasil, o país tem sido muito protecionista; suspendeu a licença automática das importações. Essa situação anormal no comércio de lá está atrapalhando todo mundo, inclusive o Brasil.
O Mercosul tem que fazer uma análise séria sobre ele mesmo, a situação em que está e o que quer. É preciso que a partir do bloco façam-se acordos com outros países e blocos para aumentar o comércio internacional. Não há razão para a situação anormal que está


SUSPENSÃO DO PARAGUAI NO MERCOSUL
Para os presidentes, ocorreu no Paraguai o rompimento da ordem democrática, quando o então presidente Fernando Lugo foi destituído do cargo, em 22 de junho, num processo que durou menos de 24 horas. Uma semana depois, no dia 29, Unasul e Mercosul decidiram suspender o país do bloco, até que um novo presidente fosse eleito.
O impeachment foi consequência dos terríveis conflitos agrários que ocorrem com frequência na fronteira do Brasil e Paraguai, que na ocasião levou à morte de 17 camponeses.

OEA (1948) – Organização dos Estados Americanos
Sua sede está em Washington (EUA).
Com o Pacto de Bogotá os 35 países membros do continente americano tentarão buscar soluções pacíficas para as questões sociais, econômicas e culturais do continente.
Estabelece o reconhecimento dos Direitos do Homem e da Mulher, além de buscar fortalecer o regime democrático, o combate ao terrorismo ao narcotráfico e tráfico de armas, combate à corrupção e lavagem de dinheiro e tratamento de questões sobre o maio ambiente.


UNASUL (2008) – União de Nações Sul-Americanas
Formada a partir da integração da Comunidade Andina de Nações e o Mercosul, além dos demais países que compõem a América do Sul, tem como principal prerrogativa aproximar a diplomacia de seus Estados Membros, com cooperação técnica, econômica e social.




ALBA (2005) – Aliança Bolivariana para as Américas
O intuito da união da Venezuela e Cuba, além dos demais Estados caribenhos, era consolidar na região uma solidariedade econômica, técnica e social, estabelecendo uma menor influência dos Estados Unidos e do fracassado mercado da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas – que não contaria com Cuba).
Além de acordos de comércio, estabelecia uma ajuda no desenvolvimento humano, com a formação de médicos venezuelanos em Cuba e da redução do analfabetismo entre os venezuelanos.
Em conjunto com a ALBA veio a Petrocaribe para oferecer de forma subsidiada energia (petróleo) para os países não produtores do Caribe. Os arranjos permitem aos países comprar petróleo venezuelano pagando à vista apenas entre 5% e 50% da conta, financiando o resto em longo prazo e, em muitos casos, pagando o saldo com bens e serviços, em vez de dinheiro.