A atual crise do capitalismo
Vivemos em um mundo cada vez mais suscetível a crises
sistêmicas, uma vez que não há separação entre produção e financiamento.
O desenvolvimento do mercado financeiro global,
principalmente após a Segunda Guerra Mundial determinou os rumos de uma
centralidade estadunidense tão desconcertante que não há potência econômica que
não se sinta dependente das estruturas de poder do Tio Sam.
Entretanto, estamos para atingir a massa crítica global,
isso significa dizer que não haverá mais um crescimento sustentado de longo
prazo na grande maioria das Nações, entre as desenvolvidas, o que temos visto é
retração econômica, aumento do desemprego, estagnação da produção e aumento do
endividamento dos Estados.
No Velho Mundo "desenvolvido" os estados
sociais-democratas, muito alinhados ao neoliberalismo, estão congelados diante
da crise que os assola, não se vê no fim do túnel uma salvaguarda econômica,
nem os pacotes de "austeridade fiscal" reguladas pelo FMI e
confirmadas pelo Banco Europeu, são a solução dos problemas estruturais.
Podemos sim falar de um ciclo de crises no sistema
capitalista global que irá se prolongar décadas a fio, e que pouco provavelmente
terão como mecanismo de defesa a lógica de demanda agregada, muito empregada
para criar falsas expectativas de crescimento, revertendo bilhões de dólares
dos contribuintes para grandes transnacionais, na forma de estímulos e
incentivos fiscais.
A crise vai atingir as economias emergentes? - sim claro,
não há outra certeza se não essa, os números já confirmam: retração da
atividade produtiva no Brasil, atrelada ao aumento das importações e redução do
uso da capacidade industrial instalada, aliado ao fato dos enormes problemas de
infraestrutura e corrupção generaliza no País.
Economistas sérios, inclusive dentro do próprio FMI, não
ditam perspectivas positivas de longo prazo para o mundo. Nem na China, que
mantém um ritmo de crescimento elevado, terá sustentabilidade longínqua, fato:
a população vai atingir o nível de envelhecimento da ordem de 300 milhões nas
próximas três décadas. A China pode quebrar!
No mundo atual a única certeza que temos são de incertezas, e devemos aprender a conviver com elas...