Demétrio Costa de Melo*
João Pessoa, fevereiro de 2011
João Pessoa, fevereiro de 2011
No dia 11 de setembro os Estados Unidos e o mundo nunca se esquecerão do maior ataque em solo estadunidense. Atentado esse que matou mais de duas mil pessoas.
A economia estadunidense perdia competitividade, as empresas do setor de tecnologia envolviam-se em esquemas bilionários, fraudes e denuncias de corrupção na Nasdaq eram temas corriqueiros na imprensa internacional.
A popularidade do Presidente George W. Bush estava nos piores índices, segundo avaliação dos eleitores, havia a descrença de todos os setores da economia de que Bush não poderia retomar o crescimento econômico de seu antecessor, Bill Clinton.
Mas então chegou o fatídico dia 11 de setembro, e o mundo assistia horrorizado aos aviões se lançarem sobre o Word Trade Center, além do atentado no Pentágono, sede da inteligência da maior máquina de guerra existente no mundo atual, contando ainda com uma fracassada tentativa de ataque à Casa Branca.
Bush vai então à televisão e passa o recado aos terroristas da Al Qaeda e a toda a turma de Osama Bin Laden de que o Afeganistão do Talibã está para ser desmantelado, lançando a máquina de guerra estadunidense a uma das mais longas ocupações territoriais da história. Para defenderem a nação afegã, a mesma que nas décadas de 1970 e 1980 recebeu apoio, treinamento e financiamento estadunidense para impedir uma ocupação soviética em 1979 e o alastramento do comunismo no Oriente Médio.
Estamos agora assistindo uma continuidade das tensões na instável região do Oriente Médio, governos ditatoriais estão sendo depostos por suas populações que desejam maior liberdade e respeito por seus direitos e garantias fundamentais.
É nesse cenário de incertezas que se assenta a atual política externa estadunidense, cuja secretária de estado, Hilary Clinton, contava com apoio do deposto presidente do Egito para auxiliar nas negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Para complicar a situação no Oriente Médio outros Estados Árabes estão sobre forte pressão popular, tais como o Bahrein, Marrocos e a Líbia, caso mais grave e uma excelente oportunidade para o atual Presidente Obama de melhorar sua popularidade e engatar uma recuperação econômica em seu país.
Barak Obama parece estar seguindo os passos de seu antecessor, terá que se apoiar no engajamento militar no Oriente Médio para demonstrar sua capacidade de gestão, pois na última eleição do Congresso seu partido, o republicano, perdeu a maioria de seus congressistas, engessando suas ações de recuperação econômica diante do maior arrocho fiscal, aumento do desemprego e do déficit fiscal de quase dois trilhões de dólares.
A deposição de líderes alinhados a Washington no Norte da África e o alastramento das tensões para o Oriente Médio anteciparam as preocupações na Líbia do ditador Muammar Kadafi, que perdeu o controle político e militar de seu país. A Casa Branca anunciou uma série de restrições econômicas a um dos maiores exportadores de petróleo da região.
Ao que parece é que os gastos com a Guerra de Bush estão sendo transferidas para Obama, só não podemos afirmar se o atual presidente terá a mesma habilidade em se reeleger nas próximas eleições presidenciais. Tudo dependerá da sombra dos Clinton...
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*Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba. Professor de Geografia da rede oficial do município de João Pessoa e professor na rede particular. Colunista do Jornal A União