segunda-feira, 29 de junho de 2020

Professor Demétrio Melo Geografia - 6 anos - Aula 12

Essa é a nossa próxima aula.
Você precisa ler atentamente o texto a seguir.
Depois você copia as perguntas em seu caderno e as responde.
No dia do nosso plantão (toda segunda-feira) você manda as respostas no grupo.
Bons estudos
Prof. Demétrio Melo


AULA 12
Camadas da atmosfera
A atmosfera é composta de gases que envolvem a Terra. Cerca de 78% dela é composta de nitrogênio, pouco mais de 20% de oxigênio, 0,9% de argônio e 0,039% de gás carbônico. Há ainda diversos outros gases, como ozônio, hélio, criptônio e hidrogênio,
além de partículas de poeira e água. Com pouco mais de 800 quilômetros de altitude, a atmosfera pode ser dividida em várias camadas. Em geral, quanto mais elevada a altitude da camada, menor quantidade de gases ela conterá. E vice-versa: as camadas mais baixas da atmosfera contêm maior quantidade de gases. Para nós, seres humanos, as camadas mais importantes são a troposfera, a estratosfera e a ionosfera. Veja a ilustração ao lado.
A troposfera é a camada onde vivemos. Além de conter o ar que respiramos, ocorrem nela fenômenos meteorológicos, como as chuvas, os ventos, as nuvens e a umidade do ar. Essa camada contém mais de 80% do total dos gases existentes na atmosfera.
A estratosfera situa-se acima da troposfera, e nela há a camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Se esse filtro não existisse, não haveria vida em nosso planeta.
A ionosfera é importante porque reflete muitas ondas eletromagnéticas, devolvendo-as para a superfície. Isso garante, por exemplo, as transmissões de rádio entre áreas muito distantes do planeta. Nas baixas camadas da atmosfera, principalmente na troposfera, a temperatura do ar diminui à medida que aumenta a altitude. Isso ocorre até por volta de 40 quilômetros de altitude, na estratosfera, onde se encontra a camada de ozônio. Nessa altitude, a temperatura do ar é de –100 ºC.
Acima dessa camada, a temperatura passa a subir, até atingir +150 ºC nas altitudes acima de 50 quilômetros





Questões de verificação da aprendizagem



01. Quais são as camadas da atmosfera?
_________________________________________________________________________________

02. Em que camada da atmosfera fica a maior parte do gás ozônio?
_________________________________________________________________________________

03. Qual é a composição básica da atmosfera terrestre?
_________________________________________________________________________________

04. A atmosfera é composta de diversos gases. Imagine se algum deles desaparecesse ou se aumentasse de quantidade. O que
você acredita que aconteceria?
_________________________________________________________________________________

05. Explique o comportamento da temperatura nas diferentes camadas da atmosfera terrestre.
_________________________________________________________________________________________________





segunda-feira, 15 de junho de 2020

Professor Demétrio Melo - Geografia - AULA 11 - SÃO JOÃO

Olá estudante

Aula para os alunos do Colégio Fenelon Câmara

Essa é a nossa próxima aula.
Você precisa ler atentamente o texto a seguir.
No dia do nosso plantão (toda segunda-feira) você manda as respostas no grupo.
Bons estudos
Prof. Demétrio Melo


AULA 11



1. Faça o levantamento sobre a origem de uma comida específica (bolo de milho, pipoca, canjica, pamonha etc) e tente preparar o prato escolhido na sua casa ou comprar, mas se isso não for possível, escolha uma imagem bem bonita da internet e junto com o que pesquisou, poste no grupo para seus colegas e professores tomarem conhecimento de suas informações e imagens. Sim! Não esqueçam de colocar as referências, as fontes de onde você pesquisou.

Não esqueça de escrever no seu caderno sua pesquisa e enviar a foto para o professor.

Feliz São João para todos.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Professor Demétrio Melo Geografia - 6 anos - Aula 10

Olá estudante

Aula para os alunos do Colégio Fenelon Câmara

Essa é a nossa próxima aula.
Você precisa ler atentamente o texto a seguir.
Depois você copia as perguntas em seu caderno e as responde.
No dia do nosso plantão (toda segunda-feira) você manda as respostas no grupo.
Bons estudos
Prof. Demétrio Melo


AULA 10

O Ciclo da água

O ciclo da água é um ciclo biogeoquímico que garante a circulação da água pelo meio físico e pelos seres vivos, garantindo o movimento contínuo dessa substância.
O ciclo da água, também conhecido como ciclo hidrológico, refere-se ao movimento contínuo que a água faz pelo meio físico e pelos seres vivos do ecossistema, passando através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. Trata-se, portanto, de um importante ciclo biogeoquímico que faz com que esse indispensável recurso natural esteja constantemente no ambiente.
Ciclos biogeoquímicos
Damos o nome de ciclos biogeoquímicos àqueles ciclos nos quais uma determinada substância passa do meio abiótico (ar, água, solo) para os seres vivos e passa destes de volta para o meio. Logo, ciclos biogeoquímicos são processos em que há ciclagem de elementos. O ciclo da água destaca-se como um dos principais ciclos biogeoquímicos, uma vez que essa substância é encontrada em absolutamente todos os seres vivos e participa de seus processos metabólicos, sendo fundamental sua ciclagem no meio.



A água é encontrada no ambiente nas formas sólida, líquida e de vapor de água.

A água é uma substância formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, sendo H2O sua fórmula química. Encontrada, principalmente, no estado líquido, é a substância mais abundante da crosta terrestre. Estima-se que 70% do planeta seja coberto por água, e a grande maioria dela está nos oceanos. Depois dos oceanos, o segundo maior reservatório de água do planeta são as geleiras. Já nos continentes, essa substância é encontrada, principalmente, em águas subterrâneas. Percebemos, portanto, que a água é um composto químico que pode ser encontrado, de maneira simultânea, nas formas sólida (geleiras), líquida (rios, mares e oceanos) e gasosa (vapor de água).

Etapas do ciclo da água

O ciclo da água, também chamado de ciclo hidrológico, ocorre por meio das mudanças dos estados físicos e da movimentação da água pelos seres vivos e pelo meio ambiente. Esse ciclo depende diretamente da energia solar, dos movimentos de rotação da Terra e, até mesmo, da gravidade.
Observe um esquema ao lado o ciclo da água.
O Sol é o responsável por proporcionar energia para que o ciclo aconteça. Sua luz provoca a evaporação da água presente na superfície terrestre. Em alguns locais, no entanto, a neve e o gelo sublimam, passando do estado sólido para o vapor, pulando as fases de fusão (sólido para o líquido) e de evaporação.
A água, agora em estado gasoso, sobe para camadas mais altas da atmosfera, onde a temperatura é mais baixa. Ao alcançar determinada altitude, essa substância passa do estado de vapor para o líquido (condensação) e forma as nuvens, que são, na realidade, uma grande quantidade de gotículas de água. Em locais frios, essas gotículas podem solidificar-se e dar origem à neve ou ao granizo.
Ao iniciar a chuva, processo também chamado de precipitação, a água começa a retornar para a superfície terrestre e é influenciada diretamente pela gravidade. Nesse momento, ela pode atingir rios, lagos e oceanos, infiltrar-se no solo e nas rochas ou pode ser impedida de voltar à superfície terrestre pela vegetação.
A chuva garante que a água retorne para a superfície terrestre.

Os seres vivos possuem papel determinante no ciclo da água. Como todos os organismos possuem essa substância em seu corpo, a água também flui pelas cadeias alimentares. Além disso, as raízes das plantas absorvem água, e os animais obtêm essa substância bebendo-a ou retirando-a dos alimentos.
Os animais perdem água por meio de processos como a eliminação de urina e fezes, respiração e transpiração. Já as plantas perdem água por transpiração, processo em que vapor de água é liberado pelos estômatos (estruturas presentes na epiderme vegetal que atuam nas trocas gasosas), e por gutação, processo no qual a água eliminada encontra-se no estado líquido. Além disso, parte da água que fica incorporada nesses seres é eliminada durante o processo de decomposição.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, em inglês), podemos identificar 16 partes importantes no ciclo da água:

1. Armazenamento da água nos oceanos (maior reservatório de água no planeta);
2. Evaporação (mudança da água do estado líquido para o gasoso);
3. Evapotranspiração (perda de água pelo solo e pelas plantas);
4. Sublimação (passagem do gelo e da neve para o estado de vapor sem antes passarem pelo estado líquido);
5. Água na atmosfera;
6. Condensação (passagem da água do estado de vapor para o líquido);
7. Precipitação (chuva);
8. Armazenamento da água nas formas de gelo e neve;
9. Corrente de neve derretida para rios;
10 Corrente superficial (água na superfície do solo que vai para os rios);
11. Corrente dos rios (água que flui para rios, córregos ou riachos);
12. Armazenamento de água doce existente sobre a superfície da Terra;
13. Infiltração;
14. Armazenamento no lençol freático;
15. Descarga do lençol freático (movimento da água para fora do solo);
16. Fontes (local onde a água subterrânea é descarregada para a superfície do solo).
É importante dizer que o ciclo da água varia de acordo com o local em que ele ocorre. Fatores como cobertura vegetal, altitude, temperatura e tipo de solo, por exemplo, afetam diretamente a quantidade de água envolvida no processo e a velocidade do ciclo. Desse modo, os 16 pontos citados anteriormente acontecem no planeta como um todo e não apenas em áreas específicas.
Importância do ciclo da água
Assim como outros seres vivos, os seres humanos precisam de água para o funcionamento de seu corpo.

O ciclo da água é importante porque garante que essa substância circule constantemente pelo ambiente, passando pelos organismos vivos e pelo meio físico. Como a água circula no ambiente, ela consegue suprir as necessidades dos seres vivos, que precisam diariamente dessa substância para o funcionamento adequado de seu organismo. Além disso, a permanência da água no ambiente é importante para algumas atividades realizadas pelos seres humanos, uma vez que ela é fundamental para a geração de energia, desenvolvimento da produção agrícola e agropecuária, diversas atividades industriais e algumas tarefas do dia a dia, como lavar roupa e louça.
Entretanto, é importante destacar que, apesar de o ciclo da água garantir que essa substância circule no meio constantemente, isso não garante que não possa faltar água. Isso ocorre pelo fato de que o ciclo da água é complexo e pode ser afetado por diversos fatores, como o vento, que podem fazer com que a água que evaporou em uma área seja precipitada em outras.

Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Ciclo da água"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-agua.htm. Acesso em 04 de junho de 2020.
Questões de verificação da aprendizagem

01. O que é ciclo da água?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

02. Por que o ciclo da água é conhecido como ciclo biogeoquímico?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03. De quais formas a água pode ser encontrada no ambiente e qual sua composição química?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
04. Quais são as principais etapas do ciclo da água?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

05. Quais são as 16 partes importantes do ciclo da água?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

sábado, 4 de abril de 2020

Onde a burrice e a arrogância nos leva


Essa ideia de que o então presidente (e seus filhos) não mentiram em afirmarem que de nada entendiam ou de nada sabiam e que ainda assim fariam do Brasil um país melhor, simplesmente não cola, não resolve, não conforta ninguém (por mais que aqueles 25% do eleitorado fiel a ele ainda insistam em defendê-los, é bem provável que o sentimento de vergonha não os permita desistir de suas convicções, isso até compreendo).
Agora, para um país em franca desindustrialização, que tem uma elite industrial egoísta, que retém trilhões de dólares, que buscou auferir maiores lucros no sistema financeiro internacional, que não financia a produção interna (por mais que se digam "patriotas" ou "NACIONALISTAS") tem na pessoa do Bolsonaro e seus filhos a esperança de alguma decisão acertada...
Vejamos agora, o que afirmou o cônsul-geral chines no Brasil:
“A China nunca quis e nem quer criar inimizades com nenhum país. No entanto, se algum país insistir em ser inimigo da China, nós seremos o seu inimigo mais qualificado!” (Li Yang, cônsul-geral da China no Brasil, em carta aberta a um dos filhos do Messias)"
Isso mesmo, o país que se tornou nosso principal investidor, para onde milhões de empregos migraram em função dos "nossos industriais" procurarem por competitividade (melhor que se leia "LUCRO") agora corremos riscos duplos: COVID-19 e falta de materiais para o sistema de saúde.
Por que ninguém questiona a falta de investimentos na produção interna de equipamentos para atendimento médico? Por que não convertem as linhas de produção da indústria automobilística, peças e ferramentas à produção de equipamentos médicos, ante a ociosidade da nossa indústria? Já com isso seria preservado milhares de empregos e o governo de PAULO GUEDES (sim, governo de Paulo Guedes, já que o Messias não se interessa em governar) não estaria resgatando a liquides dos bancos privados brasileiros, que já estão entre os mais RENTÁVEIS DO MUNDO ( o que já é vergonhoso dada as condições de vida de milhões de brasileiros).
E nada de dizer "parabéns aos envolvidos". Eles não serão responsabilizados pelos milhões de concidadãos que estão expostos a essa grave situação de vida.
Enfim, se você é um dos que ainda defende o Messias na presidência, que escolhas miseráveis estamos tendo, seja do ponto de vista moral, intelectual ou produtivo.

domingo, 10 de setembro de 2017

Furacão Irma: em tempo real

Clique sobre a imagem para ver a dinâmica atmosférica em tempo real:





sábado, 24 de setembro de 2016

Mudanças estéticas no ensino brasileiro

Venceu a escola sem partido e congêneres

A Medida Provisória do MEC é um atestado da influência que movimentos financiados por grandes grupos,  tais como a Ambev e a rede Burguer King, co-patrocinadores do Todos pela Educação e Fundação Lehman.
Ao invés de tomarem partido pela valorização da carreira docente,  melhorias técnicas na rede escolar,  criar programas de permanência do estudante na rede regular,  criar formas de atendimento ao estudante em riscos sociais, não o fizeram.
Abriram a docência para os  que possuam "notório saber" possam ocupar postos de trabalho abertos,  sem que tenham formação técnica especializada para docência, para que assim esvazie-se o debate sobre o que muito incomoda essas entidades conservadoras, tais como a questão de gênero,  os novos arranjos familiares e a estrutura de família,  as questões políticas que incidem sobre os cidadãos,  questionamentos sobre a realidade econômica e produtiva em uma economia de mercado,  sobre os processos de exclusão e exterioridades de um modelo de exclusão.
Retrocedemos duas décadas, quando não havia a obrigatoriedade de diplomados na docência.
Retrocedemos quatro décadas, para um momento quando não havia diálogo com a sociedade e o congresso é chamado apenas para ratificar as decisões do executivo.
Um "notório saber" que quer mascarar as fragilidades do sistema de ensino que precariza a docência,  quando mais da metade dos professores,  para sobreviver com um certo conforto,  excedem em muito 40 horas semanais tendo que trabalhar,  muitas vezes, em mais de três escolas e atender a mais de 1000 alunos.
Não avançamos, os alunos terão que enfrentar um sistema que não mudou sua essência, e que não estimula a prática docente, onde os professores só são protagonistas do maus resultados da educação.
Uma proposta muito mais estética que estrutural, que poderá promover parcerias público-privadas entre as secretarias estaduais com instituições privadas para complementar a carga horária e integração do Ensino Médio tradicional com o Ensino Técnico.  Não há transparência em tal processo.
Com a MP não fica claro o desenvolvimento da docência e nem metas a serem atingidas,  além de atropelar as Diretrizes Curriculares do Ensino Médio, e de se antecipar à conclusão da Base Nacional Comum.
Esse choque de "liberalismo", que o estimado pensador Felipe Pondé defendeu tempos atrás, não condiz com a realidade das secretarias mais pobres da União,  onde falta professores do " currículo comum" quem dirá de atividades especializadas da formação técnica.
Outro fator preocupante é a ampliação da desigualdade,  tendo os jovens das familias mais ricas fazendo carreiras do ensino superior e os dos mais pobres buscando carreiras técnicas de menor remuneração.
Isso fere a própria ideia de Meritocracia,  aprofundando os níveis de condições de competição e de acesso,  ou seja, mantendo essa distinção do que cabe ao rico e ao que cabe ao pobre.
Ainda assim, com tudo isso não desisto desta atividade,  da docência.
Da certeza íntima de estar contribuindo positivamente para com os educados,  para o Real Progresso do País.
Não deixo o meu niilismo vencer,  sou um otimista persistente,  mesmo tendo que conviver e ter de enfrentar um sistema político que culpa os docentes e exime o ente Federal de sua responsabilidade.
Com grande preocupação

Professor Demétrio Melo

domingo, 10 de maio de 2015

UNIÃO EUROPEIA: Processo de Formação e Zona do Euro

O conjunto de Países que constituem a União Europeia teve início com a criação do BENELUX (Bélgica, Neerland e Luxemburgo) que em 1944 assinou um acordo para uma união aduaneira, que entrou em vigor em 1948.
Ao longo da virada do século XX para o XXI essa união continental foi se expandindo até atingir o atual bloco de 27 países membros, dos quais 19 países contam com a moeda única, o Euro.

Assista a seguir um vídeo sobre a formação dos tratados da União Europeia.


E para saber mais acesse a página institucional da União Europeia onde poderá saber os países que estão no Eurogrupo e a Zona do Euro, além de assistir ao vídeo com as regras dos participantes do Euro.

União Europeia

Bons estudos

domingo, 26 de abril de 2015

Educação e Neoliberalismo: uma combinação perigosa

Opinião

Reler as décadas de 1960 e 1970 revela a importância que o papel da técnica, da ciência e da política tiveram para as décadas posteriores.
Chegada a década de 1980 o socialismo/comunismo parecia estar com os dias contados. A abertura soviética não estava sendo capaz de tirar a União Soviética de sua convulsão política-econômico-social. A crise política interna entre a presidência da Federação Russa e da União Soviética revelava a crise insustentável, e com a derrubada de um dos maiores símbolos do Ocidente-Oriente em 1989 na Alemanha Oriental antecipava a fragmentação daquele país, pondo fim como potência hegemônica e como contra-peso ao capitalismo global.
Tendo em vista essa dinâmica ocorreu nos Estados Unidos uma das mais importantes conferências internacionais para traçar as perspectivas para o "novo mundo" que se anunciava, conhecida como Consenso de Washington entre seus críticos, tendo em vista que as ideias lá referendadas estavam na defesa do livre mercado global amplo e irrestrito, indicando para as nações do "terceiro mundo" a abertura de seus mercados, os processos de privatização de empresas públicas, flexibilização das leis trabalhistas, criação de facilidades para a instalação de multinacionais e a lógica do "estado mínimo", todo esse conjunto de ideias remetia ao Estado Liberal dos séculos XV e XVI. Por isso, na América Latina, e alguns países europeus, foi denominado de "neoliberalismo".
Um dos países que mais aprofundaram as medidas neoliberais foram o Chile e a Suécia. Ambos os países privatizaram seus sistemas de educação, que na década de 1990 e 2000 auxiliaram a ambos a um forte boom de investimentos no setor, melhorando enormemente seus indicadores educacionais e de produtividade, mas que em recentes vem enfrentando grandes dificuldades.
No caso chileno cabe destacar que sua abertura econômica (iniciada ainda na ditadura militar) pautou-se em maior alinhamento com o comércio com os Estados Unidos, o seu maior investidor individual e grande comprador de minério de cobre seu principal produto de exportação, e foi neste país que o governo chileno tirou seu modelo de gestão do ensino superior, adotando um sistema totalmente privado.
Na Suécia com a expansão da União Europeia o país nórdico buscava consolidar sua posição econômica no setor informacional, visto que há limitações produtivas em seu reduzido território, e a escolha foi adotar uma política agressiva de abertura de seu mercado de educação na década de 1990.
O resultado recente para ambos foi o de paralisia desses setores. No Chile muitos estudantes não conseguem arcar com os custos da educação superior privado, o que leva ao abandono dos estudos e preocupa o governo, pois a disponibilidade de mão de obra qualificada vem se reduzindo, aumento os custos por trabalhador/hora de trabalho, reduz atração de novos empreendimentos ao país e por consequência reduz sua competitividade. Por mais que o governo subvencione parte do valor das mensalidades para aqueles que estão em maior risco socioeconômico, mas ainda assim é muito cara para a base da piramide social chilena.
Na Suécia a situação também é grave, pois um das empresas privadas, que adquiriu uma parte da rede de educação básica, simplesmente fechou escolas e deixou mais de 11 mil estudantes sem aula. O que levou ao país repensar seu modelo de educação privada.
Na última edição Fórum Econômico Mundial (2015) em Davos na Suíça ficou claro que o caminho para os investimentos em educação, principalmente para os países em desenvolvimento, deve ser realizado pelo Estado, ou seja, educação é uma ação estatal e deve se manter pública e com acesso gratuito, tendo em vista as enormes desigualdades internas a esses países.
Nesse momento político de incertezas decisões precipitadas podem trazer consequências sociais nefastas no médio prazo,

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

E 2015?

Pois é, quem diria
Muitos dizem que o capitalismo triunfou, que diferentes maravilhas são atribuídas ao modo de produção capitalista e o "livre mercado", tais como os avanços na medicina, a chegada do homem a Lua, o fim da pobreza na Europa Ocidental, Japão, Austrália e América Anglo-saxônica, principalmente, além das novas nanotecnologias. 
Mas reparem que nessa segunda década do século XXI tais conquistas estão agora em xeque, o modelo de estado de bem estar social parece estar com os dias contados. Esse mesmo estado de bem estar, de certa forma, conteve o avanço do socialismo e comunismo nos séculos XIX e XX nos Estados Hegemônicos, mas agora o capitalismo vem ampliando as concentrações de renda e poder político. 
As 500 pessoas mais ricas do mundo têm em mãos a renda de 3,6 bilhões de pessoas, não foi assim que o século XX terminou.
Agora assistimos convulsões na Europa Ocidental, berço do livre mercado, tal como as greves na Grécia, na Bélgica e agora dos médicos franceses contra a terceirização de seus serviços pelo Estado. Novos atores entraram no jogo geopolítico mundial, China, Brasil, Índia, Coreia do Sul, e a massa sobre a balança do hemisfério sul tem crescimento, desequilibrando as economias ditas avançadas, até a sólida instituição "embargo sobre Cuba" parece estar afrouxando.
Em 2015 teremos mais um ano difícil para bilhões de seres humanos, com crescimento da inflação global e deterioração da renda nos países mais ricos e arrefecimento do papel dos emergentes na economia mundial.
E os Estados Unidos passam mais uma vez a puxar o crescimento econômico com aumento de sua dívida pública, que beira os 100% de seu Produto Interno Bruto.
Mesmo com a queda dos preços do barril do petróleo teremos derivados caros, energia mais cara, meio ambiente mais poluído e a certeza fica por conta de termos mais incertezas para 2015.
Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

PROGRESSO MATERIAL E DESENVOLVIMENTO: AS CONTRADIÇÕES

Opinião

A nossa contemporaneidade, marcada pela instantaneidade midiática, cria uma fluidez no sistema de produção, circulação e consumo nunca antes imaginado pela humanidade.
Essa instantaneidade globalizante faz convergir os lugares superando línguas, costumes, leis e regras morais, tendo em vista a necessidade de o capital poder usufruir de novas formas de consumir, principalmente nas nações ditas emergentes, que expandem o consumo interno como forma de desenvolvimento.
Aqui nasce uma das mais importantes contradições o signo “desenvolvimento” não se equivale “ao desenvolvimento social”, ou seja, a possibilidade de cada nação, em cada cultura, poder decidir que melhor modelo lhe cabe para atingir seus concidadãos. O signo “desenvolvimento” está sob a égide do “progresso material”, da expansão das taxas de produção, circulação e consumo de bens e serviços. Ou ainda o signo “desenvolvimento” é uma contradição per si visto que nos países desenvolvidos há aumento de pobres, excluídos, marginalizados, a maior favela europeia encontra-se na periferia de Madri na Espanha.
O modelo de desenvolvimento que as nações vêm seguindo, desde a grande virada do sistema liberal inglês, no século XVIII, e com a ampliação mercadológica do sistema liberal estadunidense, século XIX para o século XX, permitiu para algumas nações um estado de fruição de qualidade de vida muito seguro e próspero, que neste momento enfrenta uma de suas maiores crises: o estado de bem estar social mantém gastos sociais além da capacidade de arrecadação, mais uma contradição ao modelo de desenvolvimento.
Muito se tem dito e defendido que o atual modelo de desenvolvimento brasileiro está fadado ao fracasso, com política de juros altos, elevada carga tributária e o nosso sistema de seguridade social têm feito o Brasil perder competitividade.
Os países ditos desenvolvidos, principalmente Estados Unidos, Japão e os maiores da Europa Ocidental (Alemanha, França, Inglaterra e Itália) na segunda metade do século XX deram início a uma corrida global em torno de novos mercados de consumo, principalmente em virtude da Guerra Fria, tendo a América Latina e grande parte da Ásia como destinos dos excedentes de capital proveniente dos petrodólares estadunidenses e da ampla poupança interna japonesa.
O que as empresas dessas nações vieram consolidar nos países ditos subdesenvolvidos ou do Sul, foram suas reservas de matérias primas, legislações fracas, ditaduras favoráveis ao mercado internacional, amplo mercado de reserva de mão de obra, facilidades de repasse de lucros, enfim, vieram consolidar o seu modelo de dependência econômica, social e produtiva em relação às nações já industrializadas e desenvolvidas.
Foram criadas inúmeras outras contradições nos países politicamente mais frágeis com dificuldades nas principais garantias civis, principalmente no que tange aos direitos humanos e a proteção da dignidade da pessoa humana, de outra forma, as liberdades civis, sociais, individuais e coletivas. Essas ideias em conjunto tem sustentado a atual retórica “progressista” de perda de competitividade frente os países asiáticos, que por lá auferem melhores lucros em razão dos menores “custos sociais” em se produzir novos bens e serviços.
Grande parte do empresariado brasileiro defende mudanças no sistema previdenciário e seu conjunto de direitos sociais em razão dos custos na produção, ora, seria mais inteligente, e menos hostil, defenderem um ambiente global de direitos sociais, pressionarem as entidades supranacionais em defesa de direitos sociais e coletivos nos países asiáticos, africanos e latinos americanos que ofertam maiores lucros em detrimento das restrições: jornada de trabalho de 14 a 16 horas por dia, salários que não garantem o mínimo para a reprodução material do trabalhador, ausência de seguro saúde, ausência de férias remuneradas, ausência de salário maternidade, combate à exploração do trabalho infantil. E as exterioridades desse processo hostil de produção: exploração sexual de menores, tráfico internacional de pessoas, depredação ambiental, tráfico internacional de armas e drogas.
Como sabemos o sistema de produção atual não se constitui em um sistema de ampliação de valores morais, tão pouco sociais, visto que em diferentes nações, vistas como modelo a serem seguidas, estão vivenciando o insucesso: inflação alta, baixo crescimento econômico, desvalorização social da produção, recorrência aos bancos privados para empréstimos e auxílio austero do Fundo Monetário Internacional.
As contradições internas ao sistema atual está ampliando as formas de produção hostil até nos países pioneiros de proteção aos seus trabalhadores e cidadãos, com a imensa quantidade de imigrantes pobres que todos os dias chegam nos países desenvolvidos se cria uma situação de conflitos, na Europa alimenta a xenofobia, nos Estados Unidos alimenta-se a produção de serviços pautada na mão de obra mal remunerada, principalmente de latino americanos e asiáticos.
Em suma o atual modelo de desenvolvimento material não pode ser confundido como sinônimo de desenvolvimento e progresso da sociedade, progresso que deveria ser pautado nas garantias fundamentais do valor social do trabalho, da dignidade, da individualidade, da liberdade de pensamento, da liberdade de culto, da liberdade de escolha.


sexta-feira, 28 de março de 2014

Estado burguês, imperialismo e outros assuntos

Opinião


O imperialismo americano se fez ao longo do século XIX ao XX. Os EUA, com a política da "América para os Americanos" criaram uma concepção ideológica e simbólica do poder do território estadunidense sobre os demais. O termo imperialismo foi utilizado bem depois, quando os europeus consolidaram seus domínios sobre a África e Ásia após a Conferência de Berlim (fins do século XIX), tendo a anexação literal de territórios africanos para as grandes potências europeias da época.

É muito comum inúmeros dirigentes políticos da América Latina, de ideologia marxista-leninista, se referirem aos EUA como imperialistas, entretanto o novo imperialismo americano é muito mais cultural, veja que estamos utilizando equipamentos criados naquele país, com tecnologia informacional daquele país, e não percebemos o quanto esse domínio cultural está intrínseco em nossas vidas e atitudes.

Os EUA embargaram sim a ilha cubana após sua revolução comunista, isso não quer dizer que há uma proibição comercial com os cubanos, mas há uma declaração extrínseca para os demais países que se alinham à potência norte-americana de que não querem ver seus aliados sustentando o modelo social de Cuba. Não há investimentos diretos de empresas com sede nos EUA na ilha dos Castros, ou seja, para investir empresas criam nos paraísos fiscais do caribe empresas de fachada para burlarem o embargo. Deve ser lembrado que a ilha cubana foi objeto de disputa no conflito entre os EUA e a Espanha, que os libertaram e mantiveram uma pequena elite na exploração da população até o golpe revolucionário.

Quanto a questão do capitalismo e do socialismo vale uma citação de Berman (Apud Haesbaert, 2011*) "a burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte das relações de produção e, com isso, todas as relações sociais".

Isso marca bem a fase atual do capitalismo de controle, onde todos estão em rede, conectados auxiliando na reprodução material de alguns poucos indivíduos que se apropriam da produção da sociedade na terminação de criar ainda mais-valia (Marx). A democracia burguesa é uma falácia, pois cria uma condição perversa e simbólica de que todos podem, com seu esforço, resolverem seus problemas, terem sucesso, ora isso não ocorre, vá para a Psicologia e estude como os indivíduos se veem e se registram. Aqueles que possuem determinado esteriótipo, criado pela mídia de massa, passa a ter sucesso, não por ser competente. A democracia burguesa fala em meritocracia, mas como isso é possível em sociedades desiguais sócio-psicologicamente? - outra falácia.

Muitos de nós vão passar apenas pela existência material mínima, permitindo sempre que alguém esteja de fato se beneficiando de seu trabalho, de uma mais-valia que expropria continuamente.

Não vejo como o capitalismo poderá suplantar o socialismo enquanto sistema social, e também não há condições para um socialismo determinado por antigas estruturas de poder criadas nos moldes de beneficiados naturais ( o direito divino ou natural).

Temos que sair do simbólico para cortejar o real, e o real passará a existir quando irmos além de pequenas necessidades materiais pontuais criadas pelos sistemas de consumo.


*HAESBAERT,  Rogério. O mito da desterritorialização do fim dos territórios à multiterritorialidade. Bertrand, 2011

IPEA REVELA A FACE DO MACHISMO

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas revelou essa semana o quanto o machismo é perigoso e violento no Brasil. 

Segundo o IPEA o comportamento da mulher influência nos estupros e nos abuzos dos homens, isso é o que pensa 58% dos entrevistados.
11% das crianças vitimas de violência foram estupradas pelos pais e 12% pelos padastros.
Uma preocupação estarrecedora: por a culpa dos estupros nas vítimas.
Acredito que os pais e mães estão deixando de atuar na educação para a igualdade de gênero. Lido todos os dias com crianças e adolescentes e presencio cenas que levam ao comportamento machista de meninos entre 10 a 14 anos (alguns antes dos sete anos demidade). Muitos já chegam na escola com tal comportamento e esperar que campanhas mudem isso é no mínimo ridículo. 
Acredito que, assim como aqui na minha casa, mães e pais estão presentes na educação dos filhos (seja menino, seja menina) então surge em casa a educação para o respeito: mulher é diferente de homens pelo gênero e não pelo direito. Não crie seu filho para ser macho! - não crie a filha para ser objeto!
Sei também que grande parte da educação doméstica está nas mãos do Big Brtother, das novelas, da Internet e da pornografia, nas mãos da rua  e da violência, nas mãos da exclusão social, e tais fatores contribuem para alimentar os estereótipos da mulher submissa, da mulher objeto (o que dizer da cerveja "devassa" ou "tomar uma loira gelada"?).
Vamos superar o sexismo de uma vez por todas e educar os filhos para a igualdade e não para a libertinagem.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Campo de Libra

Campo de Libra
Opinião

O Governo diz que não há privatização e que tudo foi um sucesso.
Quanto a isso tenho dúvidas, pois só havia um consórcio privado constituído por Shell e Total, estatais chinesas e Petrobrás (muito descapitalizada).
Com relação ao dinheiro do pré-sal para educação esperemos 5 anos, quando a produção atingir a fase comercial. Não houve ágil no leilão e o contribuinte pode perder dinheiro, uma vez que a estatal brasileira fica com 40% de ônus e bônus, caso não tenha o petróleo esperado o prejuízo será em bilhões. Outro detalhe é que a nossa estatal fica com a operação de risco, enquanto a Shell e a Total entram com tecnologias, as chinesas entram com o recurso financeiro e o Brasil entra com a produção, situação mais cara e perigosa.
Estimasse que em 2019 a produção entre na fase comercial para atingir 1 milhão de barris por dia no campo de Libra.
Pois é, o PT privatiza, mas usam outros adjetivos, no momento em Libra o modelo será o de partilha, o Governo fica com o mínimo de 41, 65%.
A questão do PT privatiza não é o fato de entregar o patrimônio público como fez o PSDB-PFL, é uma questão de soberania sobre os recursos naturais.
O acesso que as empresas estrangeiras terão ao pré-sal não trará, necessariamente, desenvolvimento técnico ou tecnológico para o País. Uma vez que no atual arranjo macroeconômico internacional ainda vivemos uma desvantagem gritante diante dos centros do capitalismo.
Sim, muito podem dizer que é um passo importante com o modelo de concessão, entretanto o não repasse de tecnologias pode apenar manter o país como fornecedor de petróleo, coisa que já ocorre, tendo em vista estarmos em 13ª entre os exportadores de petróleo, foram cerca de 800 milhões de barris exportados, e estamos atualmente importando cerca de 2 milhões equivalentes de gasolina. Dessa forma a "concessão" de Libra não trará investimentos no parque de refino, pode até prejudicar a Petrobrás nisso, pois entrará com R$6 bilhões a vista para o Governo no leilão do dia 21/10/2013 e em outros que virão.
A outra pergunta é: será que daqui a duas ou três décadas o petróleo será uma fonte importante como é agora? - tenho dúvidas uma vez que os centros do capitalismo investem massivamente em outras fontes ou outros modelos de produção, e que depois estarão exportando essas tecnologias.

Ainda há tempo para repensarmos o nosso modelo civilizatório: crescimento econômico ou desenvolvimento social? - essa equação não fecha agora, pode ser que não feche nunca.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Tragédia Síria e o ônus estadunidense

Opinião

As cenas de crianças se contorcendo após ataque com armas químicas na Síria correram o mundo, em um planeta conectado e vivendo a instantaneidade dos lugares é impossível controlar a velocidade da informação.

Os Estados Unidos, como de costume, se posiciona como a "polícia do mundo" para coibir ações como essa promovida por Bassar Al-assad (presidente sírio) contra sua própria população, numa tentativa de manter-se no poder (extremamente corrupto e herança de seu pai Hafez Al-assad).

Obama, para não ficar com o ônus político "sozinho" buscou junto ao Congresso e na opinião pública a carta branca para atacar o regime sírio que já vitimou, segundo agências humanitárias internacionais, mais de 100 mil pessoas e criou um êxodo de mais de 4 milhões de refugiados segundo a ACNUR.

Nos últimos dias o conselho de Segurança veio a analisar a proposta da Rússia, que é contrária a um ataque estadunidense e tem na Síria um grande comprador de armas (herança lá dos tempos da Guerra Fria), de enviar inspetores da ONU para catalogar as armas químicas e posteriormente destruí-las. Mas de que adiantaria tal ação? - simples, retardar o ataque e reduzir o papel dos Estados Unidos na região conturbada do Oriente Médio, acalmando os tensos mercados de petróleo e seus derivados.

Bom e quanto as outras armas que estão massacrando a população? - essas podem e continuam a ser usadas, pois as resoluções da ONU proíbem o uso de armas químicas ou nucleares, mas as demais não, ou seja, não cria nenhuma perspectiva de mudança do quadro da guerra civil que Al-assad não reconhece.

Um ataque dos EUA traria como consequência uma virada no palco geopolítico do Oriente Médio, ampliando ação estadunidense para além do retalhado Afeganistão e Iraque e se mostrando ao regime de Teerã como se tratam os "inimigos" da grande águia.

A Arábia Saudita, articulista experiente, é uma das grandes interessadas na ação dos EUA na Síria, pois enfraqueceria o Irã na região, que tem auxiliado na recomposição do exército sírio e que historicamente atrapalha os planos da OPEP no controle geopolítico do petróleo.

Mas até agora a guerra tem sido psicológica, tendo Obama como pivô, que busca apoio internacional, já tendo conquistado a simpatia de Françoi Hollande (presidente francês) que garantiu apoio aos EUA numa provável ação tática no conflito, uma clara retribuição no conflito líbio contra o falecido Muammar al-Gadafi.

Mas o herói de guerra Vladimir Putin (presidente russo) tem azedado as questões, principalmente com o apoio que deu ao Edward Snowden (o que delatou a gigantesca rede de espionagem estadunidense que tem dado o que falar) e propôs primeiro a emissão de agentes da ONU, atrasando tudo e mantendo seu aliado comprador de armas no poder sírio.

Pois é, quando se trata de bilhões de dólares a população fica em segundo plano, mesmo que não sobre muita coisa para se governar na Síria, mas o Al-assad não se importa, visto que a maioria dos ditadores do Oriente Médio acabam fugindo para países que não reconhecem diversas resoluções internacionais, ou ficam em celas especiais, durante anos, esperando o julgamento.

A Primavera Árabe de fato não conseguiu mudar as trágicas condições de vida para milhões de pessoas, sejam elas de origem árabe ou não, e a comunidade internacional assiste a tudo isso e não consegue ir além dos discursos, principalmente os europeus que vivem seus próprios dilemas com uma lenta e trágica recuperação econômica desde 2010.