O Brasil tem se mostrado
economicamente mais sólido, diante da forte crise econômica que vem se
arrastando desde 2008 quando nos Estados Unidos a falência do Banco Lehman
Brothers criou uma ruptura no sistema financeiro internacional.
A crise se alastrou para os países
desenvolvidos da Europa, muitos dos quais estão na União Europeia, mas são mais
frágeis, e dependeu de resgate do Branco Europeu e do Fundo Monetário
Internacional.
A crise na Europa tem confrontado
o poder da União Monetária, através do Euro, que tem levado à adoção de vários
pacotes de austeridade, em Portugal e Grécia, mais recentemente no Chipre.
Mas grandes economias como
França, Itália e Espanha tem apresentado forte contaminação em seus mercados, o
que tem provocado vários choques entre empresários (principalmente banqueiros)
e o governo de seus países, pondo em prova a força da União Europeia.
Dentre as graves consequências da
crise está o aumento do desemprego, que tem sido terrível entre os espanhóis e os
portugueses, mas que aumenta entre os franceses e os gregos. Os governos da
Itália e da França endureceram o discurso contra a entrada de estrangeiros em
seus países, como se eles fossem os principais responsáveis.
Enquanto isso, no Brasil, que a
crise ainda não afetou gravemente o mercado de trabalho, mantendo estável a
massa assalariada e com ganhos reais acima da inflação, tem atraído
investimentos estrangeiro, principalmente associado aos eventos da Copa do
Mundo de Futebol, Olimpíadas e nos setores de mineração e petroquímicos.
Somente no ano de 2012 mais de 70
mil estrangeiros vieram para o Brasil, a maioria de portugueses, espanhóis,
chineses e franceses, que entram no país de forma legal, com vistos para o
mercado de trabalho, com salários acima da média paga aos brasileiros.
Na outra ponta, os imigrantes
haitianos, que com o convívio bastante amigável na missão de paz no Haiti, sob
o comando de tropas brasileiras, tem os atraído para terras tupiniquins.
Porém o afluxo de haitianos para
o Brasil foi tão elevado que o governo, no final de 2012, adotou em Porto
Príncipe (capital haitiana) a liberação de 100 vistos por mês, ou 1.200 por ano,
para que se pudesse vir de forma legal. O resultado foi o aumento expressivo de
haitianos ilegais, trazidos pelos chamados coiotes que cobram entre 2 mil a 4
mil dólares para trazê-los, através do Equador, passando pela Colômbia, Peru
até serem abandonados no Acre.
As cidades de Epitaciolândia e
Brasiléia não sabem mais o que fazer com os imigrantes, que entre março a abril
já superam 1.300 haitianos e senegaleses. O governador do Acre decretou estado
de emergência social, para receber apoio do governo federal, no sentido de serem
acolhidas essas pessoas.
Fica então a pergunta: porque os
europeus e chineses estão vindo para o Brasil de forma livre e sem limite
anual, enquanto que para os haitianos há o limite de 1.200 por ano? – o que há
de diferente no respeito aos direitos humanos: a origem? – ou a necessidade de
entrada de mão de obra especializada (coisa que a Europa tem além da conta)?
Prof Demétrio Melo
João Pessoa, 11 de
abril de 2013
Fonte do mapa: http://cemcrei.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
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