sexta-feira, 29 de março de 2013

Será o fim do armistício entre as coreias?

Há muitos anos que os norte-coreanos vêm ameaçando os vizinhos Coreia do Sul e Japão. Sempre que podem realizam exercícios militares e simulações de combate.
Não muito longe o maior parceiro comercial e investidor, a China, observa atento o vizinho belicoso.
Caso se confirme as ameaças e os países se envolvam em um conflito teremos inúmeras preocupações: a China é a economia que mais cresce no mundo, ocupa a atual 2ª posição, é uma potência militar e nuclear, seus números são impressionantes, mas nunca teve uma forte atuação militar além de suas fronteiras, e se envolver em um conflito poderá leva-lo a ruína, já que tem a maior reserva cambial em dólar do mundo (mais de US$ 3 trilhões).
Segundo. Há a Rússia, que mantém sua geopolítica na Ásia e foco no mercado europeu, desde a União Soviética que seu principal produto é o petróleo, atualmente o maior exportador do produto, e uma guerra poderia trazer ainda mais recursos financeiros, mas não em um conflito de longo prazo, pois arruinaria a recuperação de seus mercados, em função da taxa inflacionária mundial.
Terceiro. O papel que caberia aos Estados Unidos, a polícia do mundo tem poder de resposta a qualquer ataque norte-coreano em poucas horas, se não minutos. Mas um conflito envolvendo Coreia do Sul, China, Japão e Rússia fecharia as rotas do pacífico, prejudicando as exportações de grãos e outros gêneros para os países asiáticos, além de recrudescer a retomada econômica em razão do óleo mais caro.
Quarto. Não sabemos até que ponto o Japão está preparado para uma resposta, durante décadas o país foi impedido de ter forças armadas, já enviou soldados a inúmeras batalhas, principalmente em apoio tático às tropas anglo-americanas. Mas o país pode facilmente ser envolvido no conflito em razão dos trágicos crimes de guerra perpetrados pelos nipônicos contra chineses e coreanos na ocupação da Manchúria na década de 1930, que precipitou a entrada do país na Segunda Guerra.
Por fim nós brasileiros iremos ser arrastados por uma forte crise especulatória, semelhante ao que aconteceu na crise asiática da década de 1990, tendo em vista a dependência do mercado chinês em grãos e commodities minerais, principais produtos da nossa pauta de exportação.
A guerra pode não envolver tantas nações, mas as consequências são terríveis do mesmo jeito, a crise sistêmica de 2008-09 que os países ainda tentam se recuperar, será café pequeno diante das maiores dificuldades com o recuo do mercado internacional.
Essa guerra poderá finalmente ser a ruína do império do irmão do norte, retomada do centro pelos chineses, será a maior virada de banca na história da humanidade.


Demétrio Melo - 30 de março de 2013

9 comentários:

  1. Primeiramente cinco nações são diretamente relacionadas, duas delas são as duas maiores, economicamente falando, a China e os EUA, sem contar que eles também são exportadores de vários produtos. Se a guerra acontecesse a importação de vários produtos de alguns países estaria bastante prejudicada. E falando de nós, o Brasil, um país em desenvolvimento, mesmo que nosso país não se envolva diretamente com a guerra, por exemplo se envolvendo armadamente, ele seria envolvido indiretamente, por conta da importação e exportação de produtos, assim como outros países. Também vale ressaltar que o Brasil acaba de assinar com os Brics, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, um grande acordo de banco de fundos, no qual se algum dos países precisar do dinheiro, poderá pegar, e pelo texto a Rússia e a China irão necessitar dos fundos, caso uma catástrofe econômica ocorra nos países por conta da "guerra".

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    1. Concordo, e isso está bem nítido no texto, a interdependência levará todos.
      Os cenários mais sombrios seria uma alta internacional nos preços dos alimentos, já que afetaria os países fornecedores de grãos e demais cerais, principalmente Rússia (trigo), Estados Unidos (soja, milho e trigo) e Brasil (soja, milho e carne bovina).
      E quanto aos BRICS eles criaram um fundo mútuo de aproximadamente US$ 100 bi, na modalidade swap, que seria a conversabilidade de moedas em um momento de falta de liquidez no mercado internacional.

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  2. Este texto foi traduzido da revista The economic

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    1. Caro leitor
      O texto acima é de minha autoria, não uma tradução.
      Caso encontre semelhanças, o que é algo muito comum em crônicas e análises políticas, mas não se trata de uma mera compilação de outro idioma.

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  3. Caro leitor.
    O texto acima expressa uma opinião, uma visão de mundo, por essa razão não se traz referências.

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  4. Aiii.. coitados de nos brasileiros.
    mais uma pergunta O Brasil é neutro nessa questão de ser atingindo??

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    1. Isso depende muito das opções e do envolvimento dos demais países.
      Por exemplo, o Irã há tempo vem ameaçando retaliações, caso o Ocidente venha a interferir em seu programa nuclear. Um conflito com a Coreia do Norte pode levar a alianças desse tipo, algo assim ocorreu com a Itália e Japão nas Guerras Mundiais do século XX.
      Assim o Brasil poderá ser levado a um posicionamento bélico, caso o conflito ganhe dimensões além da Ásia. A neutralidade, não existe, mas pode ser prolongada.

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  5. Bomm pelo menos é uma coisa mais ou menos boa para o Brasil
    pq como vc disse, isso depende de varias opçoes.
    OBG!!

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