Opinião
Mais uma vez no Brasil nos deparamos com o lobby das grandes transnacionais, principalmente as fabricantes e montadoras de veículos instaladas no país.
A atual crise do capitalismo internacional, iniciada em 2008 com a quebra do banco de fomento imobiliário estadunidense Lehman Brother's, as empresas transnacionais buscam atrelar seus ativos em países que mantenham retornos "sólidos" e com grande liquidez em papéis de governos.
O Brasil, que desde a década de 1950 incentiva a atuação das grandes corporações automobilísticas como principal alavanca industrial, sempre cedeu aos interesses das quatro irmãs: GM, Ford, Fiat e Wolks, que ao menor sinal de depressão nas vendas o Governo anuncia desoneração e renúncia fiscal para manter em alta as vendas.
A contrapartida da renúncia fiscal e dos incentivos fiscais diretos, como taxas de juros muito abaixo do valor de mercado (Banco do Brasil, Caixa e BNDES), longos prazos de pagamentos e renegociação de dívidas, deveria ser a manutenção dos empregos no setor.
Entretanto não é o que acontece na prática.
A GM (Chevrolet no Brasil) anunciou o fim das operações da linha de montagem do Classic na unidade de São José dos Campos-SP, comprometendo o emprego de 850 trabalhadores. A montadora espera que os trabalhadores entrem em um programa de "demissão voluntária" já em setembro/2013, ou serão demitidos até dezembro desse ano.
Temos os carros mais caros do mundo, atendendo a uma lógica de consumo que é perversa ambientalmente e perversa para o consumidor, pois o que mais afeta a classe trabalhadora são remédios, assistência à saúde e alimentação que possuem cargas tributárias bem superiores aos dos automóveis e que deixam muito a desejar.
Até quando vamos manter esse modelo de benefício dos lobistas do setor automobilísticos ao invés de investirmos nos setores que mais geram renda para o trabalhador: agricultura, por exemplo, e o emprego nas empresas de equipamentos de transportes coletivos.
É melhor pararmos para pensar nesse atual modelo que tira dinheiro dos mais pobres e acumula com os mais ricos. O Brasil pelo visto é o Robin Hood as avessas.
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