Demétrio Costa de Melo*
João Pessoa, abril de 2011
Artigo publicado no Jornal A União de 10/04/2011, Caderno Opinião, página 2
Artigo publicado no Jornal A União de 10/04/2011, Caderno Opinião, página 2
É com extremo pesar que escrevo tal artigo, mas que se faz necessário diante da violência que vai tomando conta de nosso país, e parece-me que a cada dia fica pior.
Há algumas semanas havíamos postado artigo sobre o Mapa da Violência e educação no Brasil, e sabemos que os jovens alagoanos são os mais propícios ao infortúnio da morte.
Porém foi na unidade federativa que mais gasta recursos em defesa o mais recente massacre contra inocentes, na Escola Municipal Tasso da Silveira, na capital do Rio de Janeiro, um desiquilibrado jovem de 23 anos desferiu vários tiros, matando 12 estudantes, ferindo outros 18 alunos, todos entre 12 e 14 anos de idade. Não há adjetivos suficientes para descrever tamanha desgraça.
O cantor e compositor Gabriel o Pensador em sua música “Até Quando” nos mostra a letargia pública e social diante das necessidades de mudanças, mas que por medo ou conveniência preferimos estar sobre as rédeas, sobre o (des)controle do Estado.
Os cientistas políticos classificam a ação de “ato terrorista”, uma carta encontrada pela polícia de autoria do assassino mostra uma extrema confusão entre religião, arrependimento, frustração e sinais claros de esquizofrenia. Na escola que há tempos poderiam ser detectados algum tipo de distúrbio nesse indivíduo, afinal quantos anos passamos na escola? - mas parece que ninguém nos nota.
É sabido por todos que as escolas no Brasil têm todos os tipos de carências, sejam elas físicas sejam de pessoal qualificado, sejam elas financeiras para atender as mais diversas necessidades e demandas da população.
A sociedade civil precisa perceber que sem uma educação de qualidade (não somente com ginásios, carteiras novas, computadores) com pessoas bem preparadas, bem remuneradas e que acreditem que a atividade do magistério é de extrema importância essa violência e outras não serão contidas, e os jovens continuarão se degladiando.
Fica evidente que em muitas escolas de todo o país a facilidade com que se entram bandidos e marginais armados é corriqueiro. Só para refrescarmos a mente do leitor na cidade mineira de Belo horizonte em dezembro passado um jovem de 23 anos matou seu professor por ter tirado uma nota baixa, em Porto Alegre um estudante de enfermagem, lutador de jiu-jtsu, agrediu sua professora a golpes de cadeiradas, por causa de nota baixa, em setembro último misteriosamente uma arma dispara um tiro dentro da sala de aula de uma escola em Embu-SP matando uma criança de nove anos de idade, março passado em Juiz de Fora-MG estudante assassinou a facadas um colega... e esses são considerados casos “isolados”, é o que oficialmente se diz, mas qualquer curioso que acesse o google e faça uma rápida busca descobrirá centenas de “casos isolados”, o que acaba mascarando o problema da violência nas escolas e da insegurança pública generalizada no país.
Seria estúpido e desumano dizer que logo o caso será esquecido, ou que ficará no ideário político para as próximas eleições municipais, mas que todos nós sabemos que ações coercitivas serão temporariamente promovidas pelo Estado, para parcialmente garantir um estado de bem estar e um aparente sentimento de segurança. Acredito que teremos que adotar as UPP’s nas escolas públicas de nosso imenso Brasil...
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*Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba. Professor de Geografia da rede oficial do município de João Pessoa e professor na rede particular. Colunista do Jornal A União
*Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba. Professor de Geografia da rede oficial do município de João Pessoa e professor na rede particular. Colunista do Jornal A União
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