quarta-feira, 6 de março de 2013

Hugo Chávez

Controverso líder latino-americano falece depois de uma longa luta contra um câncer.
Chávez chegou ao poder em 1998, depois de uma tentativa frustrada de golpe anos antes, com um discurso em favor dos pobres e humildes.
Ao longo de sua presidência, muito controversa, houve repressão aos seus opositores, endurecimento contra o que ele considerava "imperialismo americano", mudança na constituição aumentando seus poderes.
Na última eleição foi acusado de fraude eleitoral, eleito foi e não estava presente em sua posse, pois estava em tratamento, congelando politicamente o país, já que tinha a maioria do congresso e da justiça do país ao seu favor.
Expulsou embaixadores, perseguiu a imprensa estrangeira, conseguiu problemas com a Espanha, então grande investidor no país.
Ampliou o acesso de milhões de jovens ao ensino básico e criou escolas de ensino superior, trouxe médicos cubanos para tratar de seus enfermos, já que não havia em quantidade suficiente de formados atuantes em sue próprio país.
Conseguiu tornar o país dependente exclusivamente de petróleo, algo típico em países fechados ao investimento externo, algo semelhante ao que ocorreu com a antiga União Soviética na década de 1980.
A gigante empresa de petróleo venezuelana saiu de uma produção média-diária de mais de 2 milhões de barris para cerca 1,8 milhão nos últimos dois anos, em razão dos baixos investimentos realizados na empresa e de sua imensa quantidade de trabalhadores sem profissionalização (cabide de empregos).
No último ano o país vivenciou uma escassez de alimentos, de toda ordem, muito socorrido pela produção brasileira, que o ajudou a ingressar no Mercosul, conviveu também com uma crise energética, culpando as chuvas, algo semelhante ao que ocorreu no Brasil após as privatizações de FHC.
Dessa forma os neoliberais e os estatizantes criam seus elefantes brancos, e passam a buscar justificativas, sem consulta ou sem base congressista, uma vez que a repressão populista é mais importante, pois mantém-se um líder no poder.

Chavéz deixa uma herança controversa na Venezuela, cabe agora a Maduro conduzir o país para uma abertura democrática, sem colapsos no sistema político e sem perseguição aos opositores, afinal o avanço acontece com respeito aqueles que pensam de forma diferente, que compete ao diálogo e consenso se não de todos, mas da maioria e equidade com a minoria.
Falta criar no país um Estado Democrático de Direito, com a defesa ampla de conquistas e a tutela do Estado para consolidar uma importante sociedade latino-americana.

Demétrio Melo - 06 de março de 2013

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