No dia 11 de setembro de 2001
ocorreu o mais trágico ataque ao território dos Estados Unidos da América: o
World Trade Center foi derrubado por dois aviões.
O ataque, bem planejado e
arquitetado por uma organização, então acusada de ser terrorista, a Al Qaeda,
vitimou milhares de inocentes, e expôs o colosso a uma tarefa hercúlea:
encontrar os culpados.
No dia 07 de outubro, desse mesmo
ano, o mais bem preparado exército do mundo estava atacando a empobrecida e
empoeirada, maltratada capital afegã Cabul. Em busca dos culpados.
A partir daí o megalomaníaco
Presidente Republicano George W. Bush, o mesmo que herdou as manias antiterror
de seu pai e ex-presidente George H. Bush, começou a caçada pelas armas de
destruição em massa, e provavelmente pelo petróleo iraquiano que estava
atrapalhando a retomada do crescimento econômico estadunidense e ofuscando sua
reeleição, contra um forte candidato, e talvez mais sensato, Al Gore, o mesmo
que recebeu Nobel da Paz em denunciar os problemas do Aquecimento Global em seu
famoso documentário An Inconvenient Truth
(2006), pelo menos até aí seria um presidente bem mais eloquente e
argumentativo do que o megalomaníaco Bush.
Mas continuando, a invasão
iraquiana foi orquestrada para acontecer, querendo a opinião pública
estadunidense aceitando o fato, ou não, tinha que ocorrer, afinal interesses
estavam sendo discutidos, o barril do petróleo disparando e a crise asiática de
1999 era muito recente, levando os mercados a uma intensa fuga de capitais,
como sempre Wall Street tem grande participação nessas ocasiões.
Finalmente chegou o dia 20 de
março de 2003, a ocupação estava em curso, Bush queria agora encontrar o
responsável pela matança do WTC, que inicialmente era Osama Bin Laden, uma
família próspera que costumava investir em Wall Street e ajudou os Estados
Unidos na organização dos petrodólares. Mas de repente o velho fantasma do Bush
(pai) reaparece: Saddam Hussein. Líder próspero de orientação sunita, maioria
no Iraque, que chegou ao poder com muito empenho da Casa Branca e que lutou
contra outro inimigo dos Estados Unidos: o Irã, alinhado ao comunismo, na
verdade forçado pelo estado soviético a tomar essa decisão, desde a revolução
iraniana em 1979 que passou a ser governada pelos Aiatolás (autoridades do
islamismo), tornando o Irã uma república teocrática, mas que mantém eleições e
um forte discurso antiamericano, que com o fim da URSS conseguiu se libertar e decidir
sobre seus rumos nacionais.
Mas voltando ao intuito, o Iraque
não conseguiu a mesma sorte, foi ocupado, Saddan (ex-aliado estadunidense de
partido comunista) destronado, enforcado e sua nação humilhada de toda sorte, e
quanto à tão faladas armas de destruição em massa nunca foram encontradas,
realmente foi um delírio de um gênio esquizofrênico, com mania de grandeza e
grande investidor da indústria da guerra e do petróleo, que conseguiu dobrar a
dívida interna e externa do país, levar a Europa a beira da falência e ainda
tirou dinheiro do cidadão através de um pacote de resgate econômico de mais de
US$ 700 bilhões para não entregar o país na lama.
Leitores, os quase dez anos de
ocupação no Iraque sustentou-se de uma fraude, coisa que a CIA é especialista
em fazer, desprendeu gastos bilionários, fez o país perder competitividade e
mercados internacionais, o que acabou sendo muito bom para os países
emergentes, cedeu espaço para China, Índia e Brasil alavancarem suas economias
e testar outros modelos, ou seja, um outro
mundo é sim possível.
Entretanto, na Revista Veja de 08
de setembro de 2010, que trazia matéria com o título: Uma Guerra a Menos? –
trouxe informações interessantes sobre o Iraque, tais como melhorias socioeconômicas
no país, como por exemplo, a redução da inflação, aumento do investimento estrangeiro,
acesso ao saneamento básico, redução da violência, isso mesmo, redução da
violência, mesmo tendo matado mais de 100 mil civis.
Escrevi o que escrevi para não
cairmos no esquecimento ou nos deixar influenciar por discursos libertadores,
que estão sempre atrelados a cartilha neoliberal, controle de fluxos e aumento
da exclusão através dessa globalização elitista e da perniciosa presença “americana”
em nossas sociedades.
IRAQUE: antes e depois da ocupação
FONTE: Revista Veja, 08 de setembro de 2010, acervo digital, acesso 27 mar. 2013
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